O Brasil importa cerca de 1 milhão de toneladas de nitrato de amônio por ano; controle é realizado pelo Exército | Agronegócio

ELE nitrato de amônio, um produto identificado como possivelmente responsável por explosão em um terminal portuário libanês, É uma matéria-prima para um fertilizante comum na agricultura brasileira, utilizada há pelo menos 50 anos, principalmente na produção de cana-de-açúcar, frutas e legumes.. Apesar disso, está longe de ser o fertilizante mais utilizado pelos agricultores.

O Brasil é um dos líderes na produção mundial de alimentos, e a demanda dos agricultores é muito maior do que o que o país pode produzir nitrato (cerca de 500 mil toneladas por ano) e outros fertilizantes químicos. Como resultado, a maioria dos fertilizantes deve ser importada..

Segunda pesquisa realizada a pedido do G1 pela consultoria especializada em agronegócios StoneX, a O Brasil importou cerca de 1,2 milhão de toneladas de nitrato de amônio em 2019, cerca de 3% do que o país usa fertilizantes. Nos últimos 10 anos, o volume variou acima de 1 milhão de toneladas e o principal fornecedor foi a Rússia.

Embora o número pareça expressivo, o nitrato de amônio não é o tipo de fertilizante mais utilizado pelos agricultores brasileiros. Ainda segundo o consultor, a liderança nesse segmento é a uréia, com quase 5,6 milhões de toneladas importadas em 2019, aproximadamente 5 vezes mais que o nitrato.

Em 2019, o Brasil tinha uma demanda de 36,2 milhões de toneladas de fertilizantes, segundo o StoneX. Desse total, 81,5% (29,5 milhões de toneladas) vieram do exterior.

Veja a região portuária de Beirute, Líbano, antes e depois da explosão nesta terça-feira (4) – Foto: Guilherme Pinheiro / G1

Hideraldo José Coelho, coordenador de fertilizantes em Departamento da Agriculturaele diz ao G1 que normalmente o O nitrato de amônio misturado na produção de fertilizantes possui uma pequena concentração, de 10% a 15%, o que reduz o risco de explosão no campo..

Se a concentração de nitrato for superior a 70%, a responsabilidade é do Ministério da Defesa.

“Existem algumas culturas que usam nitrato puro, mas que possuem um grande valor agregado, como vegetais e frutas, mas são vendidas em pequenas quantidades, em embalagens de aproximadamente 25 kg. Nesse caso, todo o controle é realizado pelo Ministério da Defesa. “, Explicar.

Devido ao seu potencial explosivo, o controle da chegada do nitrato de amônio no Brasil é realizado pelo Exército., que define as condições de transporte, manuseio e armazenamento do produto.

O Ministério da Agricultura é responsável por supervisionar a venda de fertilizantes e verificar os critérios de qualidade e a padronização dos insumos.

ELE G1 Ele tentou entrar em contato com o Exército para obter mais explicações sobre a inspeção de nitrato de amônio, mas não recebeu resposta até a última atualização deste relatório.

Reuters sobre explosão no Líbano: investigações iniciais apontam para supervisão

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Especialistas dizem que o Brasil é muito rigoroso na inspeção de nitrato de amônio e isso aumentou ainda mais o rigor após a explosão de um terminal portuário em Tianjin (China)Eu 2015 querida uma fábrica em Cubatão (SP) em 2017. Em 2013, Também houve explosão em um terminal no porto de São Francisco do Sul (SC).

“O critério de quem pode gerenciar, quem pode importar, aqui no Brasil, é muito controlado. Há avaliações periódicas, documentação … a inspeção é rigorosa ”, explica o especialista em gerenciamento de riscos Gustavo Cunha Mello, em entrevista à GloboNews.

Equipes buscam sobreviventes da explosão que deixou mais de 100 mortos no Líbano

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Segundo Mello, ao contrário do Brasil, o Líbano não possuía protocolos de segurança tão rígidos para armazenar uma quantidade tão grande de nitrato de amônio (cerca de 2.700 toneladas).

“As ações (no Brasil) funcionam ‘bem na hora’, ou seja, elas vêm e vão. Não fica, não se acumula, é muito caro armazenar (nitrato de amônio). É improvável que o que aconteceu no Líbano aconteça em um país desenvolvido ou no Brasil “.

Onde o nitrato é manuseado

De acordo com os especialistas, Uma única fábrica do país, localizada em Cubatão (SP), compra e utiliza nitrato de amônio na produção de fertilizantes.. Esta unidade também foi a única sofreu um grande incêndio em 2017, quando ainda era de propriedade da Vale Fertilizantes. Segundo o Corpo de Bombeiros da época, o nitrato de amônio e o ácido sulfúrico vazavam na atmosfera.

ELE G1 Ele procurou Yara, o atual proprietário da fábrica, que afirma fazer todos os testes necessários para garantir a segurança dos produtos e que possui um canal de comunicação aberto para os agricultores procurarem a empresa.

“A Yara possui todas as licenças, de acordo com os regulamentos das autoridades nacionais, incluindo o Exército, e adota uma série de medidas adicionais que cobrem e suplantam os requisitos legais estabelecidos na legislação brasileira.”

“Em geral, (nitrato de amônio) não fica no porto por mais de duas semanas, depende das condições. A empresa de Cubatão trata o produto e vende algo mais acabado, transportando-o de trem ou caminhão por todo o país ”, explica Fábio Rezende, da StoneX.

Especialista em nitrato de amônio: 'No Brasil, é controlado pelo Exército'

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No Brasil, a entrada é feita por navios, que podem transportar até 30 mil toneladas, e viaja pelo país em caminhões que podem carregar até 40 toneladas do produto. Tudo isso está sujeito a inspeção..

Segundo o Ministério da Agricultura, mais de 300 empresas misturam nitrato para produzir fertilizantes, mas, neste caso, a concentração do produto é menor, com baixo risco de explosão.

Nitrato de amônio na agricultura

O nitrato de amônio tem sido usado como fertilizante na agricultura desde meados da década de 1960, na chamada “revolução verde”, período em que a agricultura se modernizou e aumentou a produtividade.

O nitrato é caracterizado por uma rápida absorção de nitrogênio pela planta, o que ajuda na expansão das raízes, fortalecendo-o contra fatores climáticos, como a seca, por exemplo. E isso ajuda na produtividade das culturas.

No entanto, o analista de mercado da StoneX, Fábio Rezende, explica que o maior custo dos fertilizantes à base de nitrato de amônio, principalmente devido ao seu difícil armazenamento, fez com que o produtor rural evitasse seu uso.

“Ele oferece ganhos de produtividade, mas também tem uma decisão econômica, vemos que o nitrato perdeu espaço. Nos últimos anos, seu uso diminuiu bastante. Exatamente por ser um produto explosivo, seu custo logístico é muito alto “, diz Rezende.

Segundo especialistas, uma das atividades agrícolas que mais utiliza nitrato de amônio são os vegetais, frutas e cana-de-açúcar. Devido às características das plantas, esse insumo atua melhor em seu desempenho. Na soja, principal produto da agroindústria brasileira, o uso desse fertilizante não é comum.

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Os fornecedores fornecem as empresas que vendem o produto em recipientes não inflamáveis, precisamente para evitar qualquer risco de explosão.. Cabe também ao produtor rural armazenar o produto em local adequado, longe de combustíveis ou locais que possam gerar faíscas.

“Bem armazenado, permanece estável por muito tempo. Em compensação, em grandes quantidades, torna-se muito perigoso”, diz Luiz Fernando Figueira Silva, coordenador do Laboratório de Combustão de Engenharia Mecânica da PUC-Rio, em entrevista à GloboNews.

“O nitrato aquecido começa a se decompor, e isso gera uma transformação química extremamente rápida, como se fosse um explosivo real”.

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