A população de rua reclama da falta de informação

Por Cláudio Py
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“Nós [pessoas em condição de rua] Precisamos de informações para nos proteger. Se não estivermos bem informados, podemos morrer e nem entenderemos o porquê. ” Essa é a explosão de Nair Santos, 48 ​​anos, que mora no bairro da Rodoviária do Plano Piloto há quatro meses. Nair faz parte de um grupo de mais de 3.000 moradores de rua no Distrito Federal que não têm acesso diário à higiene pessoal e acabam sendo vulneráveis ​​ao coronavírus.

Nai diz que só sabe o que é o coronavírus (covid-19) porque leu uma história sobre a crise da pandemia em um jornal impresso que circula diariamente perto da rodoviária.

“Eu acho que um dos sintomas [do vírus] É febre e tontura, mas não sei como evitá-lo. Pelo menos temos gel de sabão e álcool aqui, mas tenho medo de contrair essa doença e nem saber identificá-la ”, diz a mulher, resignada.

A situação de Nair Santos, que pode acessar gel de álcool na rodoviária, não é a realidade da maioria das pessoas na rua DF, pois a maioria é analfabeta, morando em locais sem acesso a higiene e não recebem informações sobre como se proteger do coronavírus. É o caso de Antônio Pereira, 66 anos, que também mora perto da rodoviária de Plano Piloto e diz que nunca ouviu falar da pandemia. “Não recebo muito apoio, não tomo banho há dois dias. Algumas pessoas comuns me ajudam de tempos em tempos, mas ainda não sei nada sobre esse vírus ”, diz Antônio.

A fundadora do projeto invisível da BSB, Maria Baqui, criou uma ação para distribuir produtos de higiene para as pessoas nas ruas. Segundo ela, as doações serão encaminhadas ao Centro de Referência Especializada em Aviação Piloto para Pessoas em Situação de Rua (Pop Center). “Essas pessoas são as mais negligenciadas pela sociedade em todos os aspectos, por isso devemos garantir a elas um mínimo de dignidade”, acrescenta.

Banheiros suspensos

Leyland Galletti, gerente do Centro Pop de Taguatinga, diz que a unidade recebe orientações diárias sobre como agir durante a crise da pandemia. “Com o decreto opcional de pontos, eu e outro servidor entregamos almoços e lanches para as pessoas na rua, no entanto, alguns serviços psicossociais, banheiros e lavanderia estão suspensos neste momento”, diz ele.

Segundo Leyland, os banheiros foram suspensos porque a unidade recebe 150 pessoas diariamente, o que excede o limite indicado para o controle da propagação do coronavírus. No entanto, ele afirma que a Defensoria Pública do Distrito Federal indicou a possibilidade de o Centro Pop de Taguatinga retornar com a atividade de banho nos próximos dias, descentralizando o local de banho para locais menos movimentados, como escolas, academias e parques. .

O gerente diz que o Centro Pop de Taguatinga não tem o kit de higiene para distribuir às pessoas em situação de rua há alguns meses, dificultando o trabalho da unidade. “Nossa idéia é garantir pelo menos o mínimo para essa população, como alimentos, deixar pertences (documentos) em locais seguros e garantir espaços de acolhimento para idosos, deficientes e grávidas em abrigos”.

Quando questionada sobre as medidas para lidar com as pessoas que vivem nas ruas diante da crise pandêmica de coronavírus, a Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal enviou uma nota ao Jornal de Brasília. Segundo eles, “as ações são realizadas em conjunto pelo Serviço Especializado em Foco Social, serviço que realiza o serviço diretamente nas ruas, com as equipes de Consulta da Rua da Secretaria da Saúde. Essas ações têm como objetivo disseminar estratégias prevenção, para identificação de pessoas doentes e encaminhamento para a rede de saúde. Além disso, todas as equipes de abordagem estão mapeando e identificando idosos nas ruas para encaminhamento prioritário às unidades de acolhimento “.

“Vale ressaltar que nesta semana, o Sedes esteve em Samambaia, no Parque Três Meninas, para uma ação específica com os sem-teto. Foram prestados serviços de coleta de sangue para testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite, além de escarro para tuberculose. Também foram realizadas medidas de pressão arterial e glicose, além de encaminhamentos às redes de saúde, com pedidos de exames de suspeita de dengue, medicamentos e indicações para vinculá-los à UBS mais próxima. Em parceria com o Consultório na Rua, foi explicado como se proteger do coronavírus por meio de uma conferência sobre higiene pessoal frequente ”, complementa o Departamento de Desenvolvimento Social do DF.

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