SÃO PAULO – Parte de uma importante via expressa desabou nesta terça-feira sobre um canteiro de obras na cidade brasileira de São Paulo, onde a espanhola Acciona SA estava escavando um túnel para uma nova linha de metrô.
Nenhuma vítima foi relatada, mas foi o mais recente revés para um projeto muito atrasado que se tornou um símbolo de construção pública disfuncional na maior economia da América Latina.
Imagens de televisão mostraram uma pista da Marginal Tietê desabando em um poço de alargamento ao lado do canteiro de obras do túnel sob um rio próximo para a Linha 6 planejada. havia sido inundado.
Autoridades de segurança pública disseram que todos os 50 trabalhadores conseguiram sair do túnel e apenas dois foram tratados por contato com água suja que jorrou pelo local.
Havia informações conflitantes sobre o que causou a inundação e o colapso subsequente.
O governador de São Paulo, João Doria, disse em entrevista coletiva que um coletor de esgoto da empresa de abastecimento de água Sabesp foi atingido, o que causou o incidente.
Mas André De Angelo, diretor nacional da Acciona no Brasil, disse na mesma coletiva de imprensa que não houve colisão entre a escavadeira e a rede de esgoto.
“Estamos procurando as causas agora. Provavelmente tem a ver com as chuvas, com a erosão, porque a tuneladora estava a três metros desse coletor, então não houve colisão.”
Os promotores estaduais disseram em comunicado que abriram uma investigação civil sobre o incidente, na qual tentariam determinar a causa precisa do colapso e a extensão dos danos.
A Acciona disse em comunicado que tomou todas as medidas de contingência necessárias após o incidente.
A linha 6 estava originalmente prevista para ser concluída em 2012, mas foi adiada várias vezes porque o financiamento secou em meio a uma profunda recessão no Brasil. Agora, está programado para ser concluído em 2025.
A linha planejada de 15 km (9 milhas), um dos maiores projetos de infraestrutura em andamento na América Latina, unirá o distrito de Brasilândia, no norte de São Paulo, ao centro da cidade.
A Acciona ganhou o contrato no valor de 2,3 bilhões de euros (US$ 2,59 bilhões) para desenvolvê-lo depois que o consórcio anterior que construiu a linha de metrô saiu do projeto.
As ações da Acciona listadas em Madri caíram acentuadamente após o incidente, fechando em queda de 2,98%.
As ações da Sabesp listadas em São Paulo fecharam em alta de 0,91%, abaixo do índice de ações Bovespa, que subiu 0,97%.
Desde o início das operações no Brasil, em 1996, a Acciona atua em estações de tratamento de água no Nordeste e desenvolveu 200 quilômetros de rodovia no Rio de Janeiro. — Reuters