Vendas no varejo brasileiro esfriam em fevereiro

Depois de registrar resultados recordes em janeiro, os varejistas brasileiros tiveram um mês estável em fevereiro, com vendas caindo por uma pequena margem de 0,1 por cento mensalmente (desempenho ano a ano de 1 por cento).

Num investimento de retalho quase perfeito desempenho no início do ano, seis dos oito segmentos registraram queda nas vendas do setor; em janeiro, sete segmentos registraram crescimento. As vendas nos supermercados, que representam 40% do varejo básico, caíram 0,7% e foram a principal razão do resultado negativo.

As vendas das lojas de vestuário contraíram 6,8 por cento, enquanto as de produtos farmacêuticos e papelaria registaram crescimentos de 1,4 e 4,7 por cento, respetivamente. Cristiano Santos, gerente de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, explica que esses segmentos são mais voláteis e expostos a fatores sazonais.

Santos diz que o resultado de fevereiro está relacionado ao desempenho decepcionante do varejo em novembro e dezembro, o que levou muitos fornecedores a tentar aumentar as vendas por meio de descontos nos primeiros meses de 2023. No caso de artigos de papelaria, o início da escola ano no Brasil também pode ser um fator.

O setor de varejo sofreu com o processo de aperto monetário no Brasil. Desde que as taxas começaram a subir em março de 2021, a taxa básica de juros do país saltou de 2% para 13,75%. Em um país onde os consumidores são altamente dependentes do crédito, os custos de empréstimos mais altos afetam o comportamento do consumidor.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva adotou medidas de incentivo ao consumo como forma de movimentar a economia e manter a demanda em alta.

Mas o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem dado poucas razões para acreditar que os juros cairão no futuro próximo. Falando perante uma comissão do Senado, Campos Neto disse que a flexibilização monetária “é um processo técnico que [happens in] seu próprio tempo.”

Já em junho de 2022, o relatório brasileiro havia alertado os assinantes premium de que as altas taxas de juros vieram para ficar. Olhando para o comportamento dos mais recentes dirigentes do Banco Central do país, dissemos que os banqueiros centrais mais conservadores, como é o caso do incumbente, vão esperar que a inflação volte às metas esperadas antes de baixar as taxas de juros, cenário que ainda pode levar muitos meses. .

A meta de inflação do Brasil está fixada em 3,25% este ano (com tolerância de ±1,5 pontos). Mas os mercados esperam que o índice de referência de preços ao consumidor do país suba mais de 6% até o final do ano.

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