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Após a vacinação, muitos apresentam efeitos colaterais: fadiga, dor no braço, dor de cabeça. Mas as pessoas que participaram dos grupos de controle e receberam apenas soro fisiológico também reclamaram dos efeitos pós-vacinais. Por quê?
Todo mundo já ouviu falar do efeito placebo: em alguns casos, a saúde dos pacientes melhora com pílulas sem nenhum efeito curativo, simplesmente porque as pessoas acreditam nessas pílulas. É desse efeito psicológico que também se beneficia a homeopatia, cujas preparações também não contêm substâncias medicinais reconhecidas.
Eles estão cansados e só foram injetados com solução salina.
Você já ouviu falar em “nocebo”? O conceito é o mesmo, embora ao contrário. Estes são os casos em que uma determinada terapia tem consequências secundárias negativas. Por exemplo, se uma vacina causar efeitos colaterais. Quando, em vez da vacina real do grupo de controle, é injetada apenas uma solução inofensiva de sal de mesa, é quando falamos de “nocebo”. E porque as pessoas neste grupo de controle não sabem que têm uma vacina falsa, algumas delas também têm efeitos colaterais.
Cientistas dos Estados Unidos e da Alemanha estudam sistematicamente o efeito nocebo das vacinas contra o Covid-19. E eles encontram algo que nos faz pensar muito: mais de 35% dos pacientes que receberam uma vacina falsa reclamam dos chamados efeitos colaterais sistêmicos comuns com a vacina real, por exemplo, dor de cabeça e fadiga. E quase 16% dos pacientes apresentam efeitos locais, como vermelhidão, dor no braço ou inchaço. Após a segunda “dose”, ainda mais pacientes se queixam de dores de cabeça e fadiga, mais de 31%. E dos efeitos colaterais locais menos – quase 12%.
No caso dos vacinados, os efeitos colaterais da injeção são mais comuns. Após a primeira dose, quase metade dos pacientes se queixa do chamado. efeitos colaterais sistêmicos, e quase 70% – de local. Após a segunda injeção, o número dessas reclamações aumentou mais dez por cento.
Todos esses dados são de um estudo de Julia Haas e Sarah Balu, da famosa Harvard University School of Medicine, realizado com Frederick Bender, da Universidade de Marburg, e outros médicos nos Estados Unidos. A equipe estudou dados de 12 estudos de vacinação com um total de mais de 45.000 pacientes vacinados nos últimos 16 anos, metade dos quais recebeu nocebo.
Como explicação intermediária: é claro que tanto o efeito placebo quanto o efeito nocebo são autossugestão. As pessoas nos grupos de controle simplesmente imaginaram que a droga havia ajudado ou que a vacina havia causado efeitos colaterais.
O Nocebo tem efeito com a vacina real?
A questão mais instigante neste caso, porém, é outra: e em qual porcentagem dos vacinados com uma preparação real, os efeitos colaterais também são decorrentes da autossugestão? Haas, Balu, Bender e seus outros colegas obtêm um resultado surpreendente: mesmo em pacientes injetados com uma vacina real, os efeitos colaterais são principalmente imaginários.
A equipe de pesquisa descobriu que as pessoas que se vacinam têm uma expectativa muito intensa de efeitos colaterais, o que aumenta muito a percepção de tais efeitos após a infecção. No entanto, isso não significa que os efeitos colaterais sejam apenas imaginários, não. O efeito nocebo (ou seja, nossa imaginação) leva a sintomas fisiológicos muito reais. Em outras palavras, o paciente imagina que haverá efeitos colaterais, mas é essa imaginação que causa os efeitos colaterais muito reais.
Resumindo: não subestime o perigo de efeitos colaterais após a vacinação, mas esteja ciente de que sua própria imaginação pode causá-los.
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