MIAMI — Os DJs latinos estarão mais barulhentos do que nunca no 23º Ultra Music Festival Miami, considerado o auge dos festivais de música eletrônica com DJs de renome mundial, produção inigualável e locais inigualáveis em Bayfront Park, de sexta a domingo.
Nenhum DJ internacional quer perder este evento, apenas o melhor show do Ultra, que consolidou Miami como uma das capitais da música eletrônica do mundo.
“Miami es uno de los grandes centros de las artes y la música electrónica”, dice el DJ brasileño Lukas Rafael Hespanhol Ruiz, conocido como Vintage Culture, que ocupa el puesto 11 en la lista de DJ Mag de los 100 mejores DJ de música electrónica do mundo.
“Este festival é o que todos sonhamos quando iniciamos a nossa carreira na música. O Miami Ultra é a referência para os festivais de música eletrônica”, disse Vintage Culture em entrevista ao El Nuevo Herald. Dele conjunto é um dos mais esperados este ano no Ultra.
Com mais de 8 milhões de seguidores no Instagram e 7,3 milhões de ouvintes mensais no Spotify, Vintage Culture se destaca entre as estrelas do Ultra, junto com celebridades como David Guetta, Adam Beyer, Cirez D, Afrojack, Alesso, CamelPhat, Charlotte de Witte , Gareth Emery, MIA, Marshmello, Michael Bibi, Stephan Bodzin, Tiësto e Vini Vici.
Segundo a Vintage Culture, o Ultra é um dos melhores festivais do planeta por “uma combinação de fatores que só acontecem aqui. Ter o público dançando e cantando músicas produzidas pelos maiores talentos do mundo, som e iluminação de última geração aliados a uma das mais belas cidades do mundo, com shows únicos tão perto do mar, é uma imagem visual deslumbrante , principalmente ao pôr do sol”.
O DJ e produtor mexicano-americano Erick Orrosquieta, conhecido no palco como Deorro, diz ultramiami é “o centro do mundo eletrônico. Quando você está no Ultra em Miami, o nível do artista sempre sobe.”
Deorro tem 7,7 milhões de ouvintes mensais no Spotify e acaba de lançar “Discoteca (Decorro Remix)” com IAmChino e Pitbull, e um EP de quatro faixas “Reflect”, que tocará em sua estreia no Ultra. “Um sonho tornado realidade”, confessou ao El Nuevo Herald.
O espetáculo de Deorro promete surpresas, com a colaboração de Lenny Tavárez e, quem sabe, de Elvis Crespo, diz. “Gosto de me deixar levar pelas pessoas e improvisar. Haverá músicas do novo álbum, que são os sons antigos recriados com os atuais”, anunciou.
Miami Ultra: De DJs europeus e americanos a latinos
Miami desempenhou um papel importante na ascensão internacional da música eletrônica nos últimos 10 anos.
A dupla de Miami Afrobeta, formada pelos cubano-americanos “Cuci” Amador, letrista e vocalista, e produtor/arranjador Tony Smurphio, participa do Ultra Music Festival em Miami desde 2009.
Seu som de sintetizador exclusivo torna o show do Afrobeta um eterno favorito. Todos os anos eles se apresentam no Live Stage, onde produtores se juntam a bandas tocando instrumentos.
“Neste palco vimos Duran Duran, The Cure ou The Killers, pioneiros da música eletrónica”, diz Amador.
A Afrobeta, que também já participou das edições sul-coreana e latino-americana do Ultra, apresentará duas novas músicas com sabor de Miami, uma com a banda local Anemoia e outra com o grupo de percussão brasileiro Miamibloco.
Embora haja mais DJs europeus e americanos no Ultra em Miami, os festivais sul-americanos do Ultra estão inspirando uma nova geração de talentos, diz Smurphio. “É interessante ver como no Ultra da Argentina e do Brasil você pode encontrar mais DJs locais e bandas de música eletrônica”.
“Miami Ultra dá a novos artistas a oportunidade de se apresentar no mesmo palco que os maiores artistas consagrados da música eletrônica. Desenvolver talentos”, enfatiza DJ Vintage Culture.
Embora não seja fácil conseguir reservas para o Ultra em Miami, a cada ano mais DJs latinos participam. “São necessárias mais oportunidades como esta para reconhecer o som latino com diferentes gêneros, especialmente na música eletrônica porque temos tantos sons diferentes para oferecer”, reflete Deorro.
Outros DJs aclamados que se apresentam no Ultra incluem o cubano-americano Eric Estornel, conhecido artisticamente como maceo plex; DJ e produtor mexicano Heitor Murilloum dos nomes mais respeitados da cena underground por seus ritmos hipnóticos, assim como a dupla ANG, formada pelos mexicanos Arturo Kahan e Gabriel Haber.
É importante ter mais DJs latinos no Ultra em Miami, diz Amador da Afrobeta, porque “precisamos representar mais a cultura de Miami com a música eletrônica”.
Como os latinos têm sucesso na música eletrônica?
Embora o público do Ultra seja internacional, “a língua espanhola é cada vez mais ouvida na música eletrônica e também está crescendo no Ultra”, destaca Amador.
A Vintage Culture diz que o sucesso dos DJs latinos se deve aos sons e influências únicas do Brasil combinados com a influência de artistas europeus e americanos. “Eu certamente fui exposto a diferentes texturas sonoras musicais enquanto crescia. Isso dá aos artistas eletrônicos latino-americanos seu próprio som. Devemos aceitar essas pequenas diferenças e usá-las a nosso favor”, afirma.
DJ Deorro acredita que “o som do DJ latino varia de país para país: Colômbia, Venezuela, Argentina, México. Agora ritmos diferentes como a cumbia estão sendo incorporados à música eletrônica e aqui fazemos a diferença”.
Entre os novos elementos musicais latinos está a cumbia tonge, que é como o reggaeton eletrônico, a cumbia colombiana e a música folclórica venezuelana misturada com a música eletrônica.
Turismo de música eletrônica cresce em Miami
Com o Ultra, o turismo de música eletrônica cresce.
Graças em parte a este festival, existem casas noturnas famosas de Miami, como Space, LIV, Story, E11even, Centro Wynwood, Treehouse, Mad Club, Mynt Lounge, The Ground e Hyde Lounge, onde muitos dos DJs latinos que participam do musical atuação festiva.
“O público de Miami gosta de dançar e isso é essencial para a música eletrônica. Miami sempre será um lugar onde a música eletrônica crescerá como gênero porque se misturará com todas as culturas que vêm para cá”, disse Amador.
Em Miami, novos sons são testados para ver o que faz a multidão dançar, depois esses sets acabam em outras partes do mundo, como Ibiza, a meca da música eletrônica, afirmaram vários DJs entrevistados pelo el Nuevo Herald.
“Ibiza é a capital da música eletrônica durante a primavera e o verão, mas Miami é o ano todo”, diz Amador.
“A influência de Miami é sentida em todo o mundo. Eu toco músicas que os fãs conhecem e amam, mas com certeza vou tentar novas músicas ou tocar músicas exclusivas para meus fãs de Miami”, diz Vintage Culture. “Tocar no Ultra Music Festival Miami me dá uma inspiração que dura o ano todo.”
———