Nas últimas semanas, editores de moda viajaram pelo mundo para a temporada turística de 2024. Louis Vuitton e Gucci foram para Seul, mas Carolina Herrera optou pelo hemisfério oposto. Wes Gordon se inspirou na herança latina da marca e foi ao Rio de Janeiro para o primeiro show internacional da marca.
Os convidados chegaram ao Brasil alguns dias antes do show com um roteiro lotado com o objetivo de imergir a todos na cultura da cidade e, ao mesmo tempo, dar visibilidade aos talentos cariocas. Cada convidado ainda recebeu um guia da cidade promovendo empresas que vendem itens produzidos localmente.
Foi organizada uma viagem para ver jovens artistas brasileiros no Fortes D’Aloia e Gabriel galeria na Carpintaria e estava programado um passeio de helicóptero para ver as vistas aéreas do monumento do Cristo Redentor e do estádio do Maracanã. A viagem não seria completa sem um jantar na selva, onde os convidados foram hospedados em uma residência particular projetada por Roberto Burle Marx. Carolina Herrera também fez parceria com a Spectaculu, organização sem fins lucrativos fundada no Rio que oferece capacitação profissional em indústrias criativas para jovens de comunidades carentes. O objetivo geral da viagem foi apoiar a cidade, que sempre apoiou a marca.
Antes da passarela, Gordon me disse: “Achei que era crucial comemorarmos com nossa família sul-americana”. Ele também falou sobre a inspiração proporcionada pela vitalidade da cidade: “Os brasileiros, e o Rio em particular, celebram a cor, o amor, a alegria, o otimismo, a esperança, a família e o riso. Tudo isso são coisas que procuro adotar na Herrera através de nossas coleções”.
Independentemente da preparação antes do desfile em si, seria impossível prever a tempestade tropical que cairia sobre as modelos enquanto caminhavam. Mas não importa o quão não intencional, o ar úmido e esfumaçado criava o clima para as silhuetas sensuais de saias envolventes e vestidos justos que viriam a seguir.
Como gêmea, sorri mais para a dupla de bolinhas vestida com grandes chapéus de sol combinando, segurando seus saltos pontilhados nas mãos. E como sempre, Gordon não decepcionou quando se trata de camadas de tule e drama glamoroso. Malhas de crochê e vestidos de chiffon com patchwork floral foram apresentados em cores extrabrilhantes inspiradas em paisagens brasileiras, em tons como verde kiwi e laranja mamão. Era bem herreriano, com um toque brasileiro.
“Esses são meus heróis agora”, Gordon me disse nos bastidores após o show chuvoso. Ele falava do cast de modelos todo brasileiro, incluindo Caroline Treneti e Isabeli Fontana, que faziam questão de andar na chuva. Muitos até o faziam completamente descalços.
“Toda a experiência foi incrivelmente humilhante, especialmente esta noite, quando enfrentamos a natureza. Eles foram o grupo e a equipe mais inspiradores e incríveis, e o show aconteceu por causa das modelos e de todos que trabalharam nos bastidores”, continuou ele. Mesmo o inesperado não conseguiu interferir no forte senso de comunidade e amor que reverberou por toda a coleção e desfile.
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