O secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, disse na sexta-feira 27 que o Brasil está passando por uma “fase de transição” do perfil dos pacientes diagnosticados com o novo coronavírus. “Observamos aqui que os primeiros casos foram de pessoas com melhor status socioeconômico. Eles eram pessoas que vieram de outros países “, disse ele.
Os casos importados da doença não usam, em grande parte, o Sistema Único de Saúde (SUS), disse Gabbardo. Com a disseminação da doença com a fase de transmissão da comunidade, Gabbardo acredita que o sistema será mais necessário. “Isso começará a forçar a resposta do atendimento na rede básica de saúde. Para isso, contratamos mais médicos, prolongamos as horas de atendimento e antecipamos nossa programação de vacinas contra a gripe ”, afirmou.
A secretária também falou sobre a preocupação com as comunidades carentes. “Nossa principal preocupação é essas comunidades por causa das dificuldades com o saneamento, o acesso à água potável, a dificuldade de evitar multidões”, afirmou. Segundo ele, o governo está estudando alternativas para levar pessoas vulneráveis a hotéis, hospitais de campanha e até navios de cruzeiro.
Hoje, o novo coronavírus é responsável, segundo dados do Ministério, por 148 internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 116 em enfermarias, em todo o país. Os casos confirmados chegam a 3.417 e 92 mortes registradas.
No entanto, em relação aos suprimentos para a prevenção e tratamento da doença, Gabbardo não admitiu uma falha do governo em adquirir os itens. Ele observou que o governo antecipou a crise e citou a aquisição cumulativa de mais de 22 milhões de máscaras.
“Quando começamos a adquirir (os materiais) a dificuldade no mercado interno era grande e tivemos que procurá-lo nas importações e eles fecharam, a China não estava importando”, justificou.
No entanto, a secretária fez uma reserva para enfatizar que a distribuição de materiais não será aleatória. A avaliação da necessidade real de cada local será seguida. Ele também mencionou que o governo preparou as ofertas e as importações enviadas para a aquisição de unidades de respirador, equipamento necessário para o tratamento de casos críticos da doença.
Evidência
O secretário nacional de Vigilância Sanitária, Wanderson de Oliveira, informou que o FioCruz deve aumentar sua capacidade de testes para o covid-19 na próxima semana. Segundo ele, a instituição fez compras com outros países em diferentes modalidades de exames.