Enquanto a maioria das principais economias da América Latina teve um desempenho melhor do que o esperado em 2022, a S&P Global Ratings prevê uma mudança para um crescimento de baixa tendência até o final do ano e em 2023, “à medida que dinâmicas externas mais desafiadoras enfraquecem as exportações. . perguntar.”
Esse é o avaliação pelo economista líder da divisão de pesquisa da agência de classificação de risco para a região, Elijah Oliveros-Rosen. “Projetamos agora que a América Latina (seis principais economias) crescerá 0,9% em 2023, ante nossa premissa anterior de 1,8%”, escreve Oliveros-Rosen, para quem a incerteza sobre a trajetória da economia norte-americana no primeiro semestre do próximo ano é uma grande preocupação.
Para 2022, a S&P revisou sua previsão de crescimento do PIB da América Latina para 2,8%, ante 2,0%. Esse resultado foi impulsionado principalmente pelo crescimento resiliente da demanda doméstica e pelo aumento das exportações, especialmente em alimentos e commodities relacionadas à energia.
No entanto, no final do ano o cenário será diferente. Até lá, os efeitos das políticas de aperto monetário na região serão sentidos. Além disso, os bancos centrais das principais economias da região não baixarão suas taxas de juros de referência até o segundo trimestre de 2023.
E mesmo quando as taxas começarem a cair, será em um ritmo mais gradual do que o normal devido ao aperto dos EUA.
Além disso, espera-se que a inflação permaneça alta por algum tempo, uma vez que os preços mais altos da energia e dos alimentos alimentam os preços básicos, especialmente nos setores de serviços.
“Acreditamos que a inflação (YoY) já atingiu o pico no Brasil (2T 2022); atingirá o pico no trimestre atual (3º trimestre de 2022) no Chile, México e Peru; na Colômbia atingirá seu ponto mais alto no quarto trimestre de 2022; e na Argentina, atingirá o pico no primeiro trimestre de 2023”, diz Oliveros-Rosen.
Enquanto os países desenvolvidos tinham espaço fiscal suficiente para adiar a retirada das medidas de estímulo o máximo possível e fazer um esforço para retomar a relação oferta-demanda após a pandemia, as economias emergentes foram forçadas a aumentar as taxas de juros para compensar o aumento da demanda. preços.
O baixo investimento e uma situação fiscal frágil tornaram-se desafios estruturais constantes para a América Latina na última década, levando a região a crescer muito menos do que outros mercados emergentes e o resto do mundo.
Tanto a demanda doméstica quanto as exportações devem cair abaixo dos níveis de 2022 no próximo ano. “Uma exceção notável é o carvão térmico colombiano, que vem aumentando, possivelmente como resultado de preocupações com a escassez de energia na Europa. As exportações colombianas de carvão para a Europa dobraram desde o início da crise entre a Rússia e a Ucrânia”, diz Oliveros-Rosen.
Somente em 2024 a América Latina voltaria a um crescimento estável, com a S&P projetando uma expansão de 2,2%.