Surfistas de todo o Brasil se reuniram na foz do rio Amazonas esta semana para surfar algumas das ondas mais duradouras do mundo, quando a maré alta ruge rio acima em uma faixa larga que pode manter as pranchas à tona por quilômetros (quilômetros).
CHAVES, Brasil — Surfistas de todo o Brasil se reuniram esta semana na foz do rio Amazonas para surfar algumas das ondas mais duradouras do mundo, enquanto a maré alta ruge contra a corrente em uma faixa larga que pode manter as pranchas flutuando por quilômetros (milhas) .
“Você tem que entrar nessa vibe e se integrar com a natureza. Nunca tente conquistá-la, porque isso é impossível”, disse Noélio Sobrinho, presidente da Associação Brasileira de Surf da Pororoca, em entrevista à Associated Press.
O festival anual de cavalgadas desses maremotos, conhecido localmente como “Pororoca”, gira pelas cidades onde o rio se encontra com o Oceano Atlântico e este ano foi realizado durante cinco dias até quarta-feira na cidade de Chaves, no estado brasileiro do Pará.
As ondas ocorrem duas vezes por dia quando as águas do oceano fluem para o rio, e não o contrário. Mas é especialmente poderoso – e surfável – durante os dias em torno das luas cheia e nova, quando a maré do oceano está mais alta, criando uma onda larga e duradoura que os surfistas podem surfar por até 40 minutos.
“É algo de uma dimensão diferente”, disse o estreante Carlos Carneiro Jr., que viajou para Chaves da cidade brasileira de Fortaleza, a cerca de 1.500 quilômetros (930 milhas) de distância. “Você tem que sentir. Os surfistas têm que vir e ver o que é.”
Acredita-se que a frase Pororoca deriva de uma palavra indígena para “grande rugido” ou “destruidor”. O fenômeno já causou a destruição de comunidades ribeirinhas remotas nos estados do Pará, Amapá e Maranhão, mas também gera renda com o turismo esportivo.
Em Chaves, os moradores chamam a área onde os surfistas vão de Canal Peligroso, uma área de mais de cinco milhas (8 quilômetros) de largura. Surfar lá é especialmente perigoso porque as ondas poderosas carregam detritos abundantes. Alguns surfistas o descrevem como um tsunami.
É também uma expedição arriscada para os pilotos de lanchas e jet skis que transportam os surfistas, que devem evitar ficar presos nos bancos de areia ou serem pegos pela onda que se aproxima.
Sobrinho, da Associação Brasileira de Surf da Pororoca, já surfou mais de 200 Pororocas por décadas. A paixão começou quando o pai lhe disse que tinha que andar de Pororoca para provar que era bom surfista.
“A Pororoca sempre foi sinônimo de tragédia e destruição”, disse Sobrinho. “Depois que entramos na onda,… a Pororoca passou de vilã a artista. Hoje é uma das principais fontes de turismo aqui em Chaves”.