Supermercados europeus param de vender carne brasileira por causa do desmatamento

Uma vista aérea mostra gado em uma parcela desmatada da Amazônia perto de Porto Velho, estado de Rondônia, Brasil, 14 de agosto de 2020. REUTERS / Ueslei Marcelino

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SÃO PAULO / AMSTERDÃO, 15 de dezembro (Reuters) – Seis redes europeias de supermercados, incluindo duas da holandesa Ahold Delhaize (AD.AS) e uma subsidiária do Carrefour (CARR.PA), disseram na quarta-feira que deixarão de vender parte ou toda a carne bovina . produtos do Brasil devido às ligações com a destruição da floresta amazônica.

As promessas iam desde a rede de supermercados Lidl Netherlands, que prometeu interromper a venda de toda a carne bovina originária da América do Sul a partir de 2022, até decisões mais direcionadas para interromper as vendas de certos carne enlatada ou produtos de carne enlatada.

Muitos dos produtos afetados estão vinculados à maior frigorífica mundial, a JBS SA (JBSS3.SA).

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Os boicotes são em resposta a uma investigação da publicação brasileira Reporter Brasil que alega que a JBS obteve indiretamente vacas em áreas desmatadas ilegalmente, em um esquema conhecido como “lavagem de gado”.

Isso ocorre quando o gado criado em terras desmatadas ilegalmente é vendido para uma fazenda legítima antes de ser vendido para um matadouro, para ocultar sua origem.

A JBS disse à Reuters que tem tolerância zero para o desmatamento ilegal e bloqueou mais de 14.000 fornecedores por não cumprirem suas políticas. A empresa disse que monitorar os fornecedores indiretos, antes do vendedor final ao frigorífico, é um desafio para todo o setor, mas que a JBS vai instituir um sistema capaz de fazer isso até 2025.

O frigorífico brasileiro disse que a investigação do Reporter Brasil mencionou apenas cinco dos 77.000 fornecedores diretos da JBS e que esses fornecedores estavam cumprindo as políticas da empresa no momento da compra.

O desmatamento na Amazônia brasileira, a maior floresta tropical do mundo, disparou desde que o presidente de direita Jair Bolsonaro assumiu o cargo em 2019 e reduziu as proteções ambientais. Ele disse que está visando mais agricultura e mineração para tirar a região da pobreza.

O desmatamento atingiu o máximo em 15 anos em 2021 e uma área maior que o estado americano de Connecticut foi desmatada.

A maior parte da terra nua é usada para criação de gado.

Entre outros compromissos, a subsidiária da Ahold Delhaize, Albert Heijn, a maior rede de supermercados da Holanda, deixará de fornecer carne bovina inteiramente do Brasil.

Um porta-voz de Albert Heijn disse à Reuters que a empresa atualmente vende apenas um punhado de carne seca e charque de origem brasileira a cada semana.

A Auchan France também retirará os produtos de charque vinculados à JBS de suas prateleiras. Os supermercados Carrefour Belgium e Delhaize deixarão de vender o charque da marca Jack Link.

A JBS e a Jack Link’s têm uma joint venture que produz charque. Jack Link’s não respondeu a um pedido de comentário.

J Sainsbury Plc’s (SBRY.L) Sainsbury’s Reino Unido vai parar de comprar carne enlatada do Brasil, mas disse que 90% de sua carne já vem da Grã-Bretanha e Irlanda.

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Reportagem de Jake Spring em São Paulo e Anthony Deustch em Amsterdã Editado por Matthew Lewis

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