Em seus esforços para se transformar a partir da energia de combustível fóssil, a Shell anunciou um plano ambicioso para desenvolver novos projetos de energia eólica offshore na costa do Brasil. A gigante da energia anunciou que solicitou licenças ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que a tornariam a maior operadora de instalações de geração eólica offshore do país.
A Shell propôs construir seis projetos de geração de energia eólica com capacidade combinada de 17 gigawatts localizados ao longo da costa em seis estados. Esses projetos dariam à Shell a maior capacidade de licenciamento do Brasil, superando a Ventos do Atlântico, que está propondo 15 GW em seus cinco projetos. Outras grandes empresas, incluindo Equinor e Petrobras, também propuseram um grande desenvolvimento eólico offshore para o Brasil, e o Ibama disse que está analisando propostas para um total de cerca de 80 gigawatts de geração de energia eólica offshore.
“Com mais de 20 anos de experiência em energia eólica no mundo e mais de 50 anos de tradição em projetos offshore, a Shell pretende aliar sua experiência nessas duas frentes com o objetivo de trazer mais energia e energia limpa para o país”. disse Gabriela Oliveira, gerente de Geração de Energia Renovável da Shell no Brasil.
A Shell disse que planeja iniciar estudos ambientais para projetos eólicos offshore ainda este ano. A Shell, como todos os concorrentes de licenças eólicas offshore, está atualmente esperando que o governo brasileiro finalize os regulamentos sobre geração eólica offshore.
Em janeiro, o governo publicou um decreto estabelecendo regras para a geração de energia eólica offshore no Brasil. No entanto, uma revisão do Congresso ainda está pendente antes que a estrutura seja finalizada. Entre as questões ainda por resolver está a ligação da energia eólica à rede nacional. No entanto, o governo definiu as regras para permitir os estudos marinhos necessários e a identificação de áreas adequadas para o desenvolvimento de projetos eólicos offshore. O Ministério de Minas e Energia do Brasil será responsável por realizar os estudos, selecionar as zonas eólicas offshore e supervisionar os leilões de licenças.
Como uma das principais companhias petrolíferas do mundo, a Shell foi criticada por ativistas ambientais. No ano passado, um tribunal distrital em Haia decidiu que a Shell tem responsabilidade integral nos esforços globais para reduzir as consequências do aquecimento global. A Shell já tem investimentos na operação de parques eólicos offshore na Holanda e pequenos parques eólicos onshore nos EUA. A empresa informa que atualmente possui 8 GW de energia eólica offshore em fase de desenvolvimento, incluindo movimentos recentes para lançar grandes projetos. na Escócia, o Mar Céltico e o setor offshore dos EUA, além de investimentos na França e na Coreia do Sul.