Evitando reagir aos ataques do presidente Jair Bolsonaro, que acusou o Congresso de usar a crise do coronavírus para uma “luta pelo poder”, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a aprovação na terça-feira 17. programa, na linha Bolsa Família, com um benefício temporário de renda mínima para atender 18 milhões de trabalhadores informais. Maia disse que, em vez de priorizar as diferenças políticas, Bolsonaro deveria focar energia para combater a propagação da doença. “Continue encontrando um inimigo para resolver um conflito. Isso é péssimo. O problema agora é muito sério “, disse o prefeito ao estado.
O senhor. Ele reforçou a necessidade de diálogo entre os ramos do governo para lidar com o coronavírus, mas essa crise ganhou um componente político, com o presidente Jair Bolsonaro dizendo que “seria um golpe isolar o CEO dos interesses não republicanos”. Como o sr. reagir
Ele não entendeu. O isolamento é para ele se proteger e aos outros da transmissão (do vírus). Não é um isolamento político.
Meu papel é articular soluções com os deputados e com aqueles que lideram o confronto com a crise. Na segunda-feira, encontrei-me com o ministro Mandetta (Luiz Henrique Mandetta, da Saúde), com o presidente do Supremo, Dias Toffolli, com o presidente (Senado) Davi Alcolumbre, discutindo a crise na área da saúde e também conversamos permanentemente. com vários funcionários da equipe econômica. Todas as diretrizes enviadas pelo governo serão seguidas.
Talvez estejamos enfrentando a maior crise dos últimos 100 anos. Não vou discutir divergências políticas. O Parlamento era mais do que um aliado na agenda de reformas do governo, liderou efetivamente as reformas.
Isso não está na agenda da Câmara. Nossa agenda é única: enfrentar o coronavírus nos próximos meses no Brasil. Continue encontrando um inimigo para resolver um conflito. Isso é péssimo. Temos uma projeção séria no mundo real. O mundo real é quem contrata, cria empregos, investe. Hoje (terça-feira 17) morreu o primeiro brasileiro. Devemos sempre garantir um diálogo permanente com a equipe econômica, com a área social do governo, para que possamos construir um cinturão de soluções.
O presidente colocou a disputa pelo controle do Orçamento e a suposta pressão que o Congresso está passando como pano de fundo para a crise. Você não está entendendo a gravidade da situação?
Você acha que preciso me preocupar com o que Bolsonaro está falando ou ajudar o Brasil a conter essa crise? O que estou dizendo é que você pode contar com o Parlamento, como sempre. Você pode atacar, derrotar, criar narrativas que, na minha opinião, não são verdadeiras, mas nos próximos três ou quatro meses você não terá uma, mas 513 aliados.
Esta é uma crise que precisará de entendimento e harmonia entre os poderes. O que nos une hoje, na política brasileira, é a necessidade de enfrentar essa situação. É hora de perdermos a vergonha, a vergonha, a dificuldade de alguns de falar abertamente que estamos passando por uma crise séria.
Em tempos de catástrofe, existe uma previsão até no PEC do teto de gastos, para que possamos superá-lo com crédito extraordinário. O que o governo apresentou até agora foi positivo, um passo, mas com essas medidas, continuamos em grande risco de crescimento brutal do desemprego. O governo precisará fornecer mais apoio, tanto do ponto de vista orçamentário quanto de decisões mais duras sobre o movimento de pessoas. Não podemos, devido à atividade econômica, arriscar sermos responsáveis pela perda de uma vida no Brasil.
Teremos que aumentar o déficit no objetivo fiscal. Há certas coisas na vida que são inevitáveis. Teremos que olhar para os 18 milhões que estão na parte mais vulnerável do mercado de trabalho brasileiro, que são informais, que não têm carteira, trabalho doméstico, que não contribuem para o INSS. Olhe para o taxista, Uber, para que possamos construir um programa para eles, nos próximos três, seis meses, para fornecer alguma receita.
Algo sobre o modelo do Bolsa Família, eu acho. É necessária uma solução de curto prazo para essas pessoas, um programa para garantir uma renda mínima para que pelo menos 18 milhões de pessoas possam comprar alimentos. O risco de alto desemprego no setor que mais emprega não é pequeno. O governo enviou algumas idéias. O Parlamento está pronto (para votar).
Temos que analisar toda a cadeia do setor de serviços no Brasil. Em 2008, por exemplo, os contratos de trabalho foram temporariamente suspensos. O governo tem que entender que vamos precisar de mais recursos e temos que pensar sobre isso. Espero não estar aqui para inventar a roda. Precisamos trabalhar juntos.
Tecnicamente, esta é uma decisão do Ministro da Saúde e do comitê de crise que foi instalado. Precisamos ver os exemplos que funcionaram. Aqueles com circulação restrita sofreram menos danos do que aqueles sem até então. Você não pode esperar mais. Tanto do ponto de vista da saúde como também do ponto de vista social. É isso que tem funcionado em outros países.
Todo mundo vai precisar de um mínimo. As companhias aéreas estão sendo desmontadas em todo o mundo. Todo o setor de turismo, bares, hotéis, cidades turísticas. No caso de suspensão do contrato de trabalho, um funcionário do governo me falou sobre o uso do seguro-desemprego até uma faixa salarial, para garantir a manutenção da renda pelos próximos três ou quatro meses.
Não há outra saída. São pouco R $ 5 bilhões em saúde.
Muitas coisas foram pensadas ao ouvir a própria equipe econômica com Bruno Bianco (secretário especial de Previdência Social e Trabalho) e com o próprio Rogério Marinho (ministro do Desenvolvimento Regional). Temos que pensar em quais projetos que no curto prazo podem gerar algum impacto positivo para enfrentar a crise. Outra ideia que tivemos com Rogério Marinho deve incluir obras de R $ 10 bilhões. É claro que o trabalho estimulante hoje está aglomerado, mas você pode organizar isso e fazer previsões daqui a 45, 60 dias, após esse pico de contaminação. Pense em trabalhos mortos que podem ser retomados com a injeção de orçamento. Infelizmente, superar essa crise implica expandir os gastos públicos. Não há outra saída.