O presidente brasileiro Lula da Silva, que prometeu acabar com o desmatamento na Amazônia, dá as boas-vindas a uma promessa de US$ 101 milhões para o Fundo Amazônia.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse que o Reino Unido contribuirá com mais de US$ 101 milhões (£ 80 milhões) para o Fundo Amazônia do Brasil, uma iniciativa que busca deter o desmatamento na extensa floresta tropical da América do Sul.
Sunak fez a promessa na sexta-feira depois de conversar em Londres com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, a quem o primeiro-ministro britânico disse “demonstrar grande liderança em mudanças climáticas”.
“Há tantos interesses que temos em comum”, disse Sunak a Lula na reunião na 10 Downing Street, citando mais comércio e a luta para combater a crise climática.
“Tenho o prazer de anunciar que investiremos no seu Fundo Amazônia e presto homenagem à sua liderança nesta iniciativa”, disse ele.
O presidente brasileiro, que está no Reino Unido para assistir à coroação do rei Carlos III no fim de semana, também elogiou as conversas.
“Tivemos uma boa conversa sobre nossas relações comerciais, proteção ambiental e paz mundial”, Lula escreveu No Twitter.
Presidente @LulaOficial tem mostrado grande liderança em mudanças climáticas. Estou satisfeito que o Reino Unido esteja contribuindo com £ 80 milhões para o Fundo Amazônia, para que possamos ajudar a deter o desmatamento e proteger a biodiversidade.
Obrigado pela sua visita, Senhor Presidente, neste especial #Coroação fim de semana… pic.twitter.com/lao0oJka9n
—Rishi Sunak (@RishiSunak) 5 de maio de 2023
O líder de esquerda, que derrotou por pouco o ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição em outubro, prometeu lutar pelo “desmatamento zero” na Amazônia, cerca de dois terços da qual está no Brasil.
O desmatamento aumentou sob Bolsonaro, que promoveu mais desenvolvimento econômico na Amazônia e relaxou as salvaguardas ambientais.
Em 2019, Bolsonaro dissolveu o comitê gestor que selecionava projetos sustentáveis para financiar por meio do Fundo Amazônia, levando Alemanha e Noruega a congelar suas doações.
A floresta tropical é central para a luta global contra a mudança climática, e grupos de direitos humanos denunciaram as políticas do governo Bolsonaro como levando a uma maior destruição, bem como ameaças crescentes contra comunidades indígenas na região.
Mas no final de janeiro, poucas semanas após a posse de Lula, a Alemanha anunciou que voltaria a disponibilizar US$ 38 milhões para o Fundo Amazônia.
O governo alemão também concedeu US$ 87 milhões em empréstimos a juros baixos a agricultores para restaurar áreas degradadas, bem como US$ 34 milhões a estados brasileiros na região amazônica para proteger a floresta tropical.
“Com o novo governo e a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e [Environment] Ministra Marina Silva, temos uma grande oportunidade de proteger a floresta e oferecer uma nova perspectiva para as pessoas que vivem lá”, disse na ocasião a ministra do Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schulze.
No mês passado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que se encontrou com Lula na Casa Branca em fevereiro, anunciou que pediria ao Congresso uma contribuição de US$ 500 milhões ao longo de cinco anos para o fundo e atividades relacionadas.
França e Espanha também demonstraram interesse em contribuir, disse o Brasil.
Na sexta-feira, Lula agradeceu a Sunak e disse que é hora de “normalizar” as relações entre o Reino Unido e o Brasil, acrescentando que “muito mais pode ser feito em termos comerciais”.
O presidente brasileiro também reiterou que os países com grandes florestas precisam de apoio, especialmente das nações desenvolvidas, para protegê-las, reafirmando o compromisso do Brasil com o desmatamento zero até 2030.