Recife rastreia a célula de 800 mil pessoas para descobrir quem sai de casa – 28/03/2020

Recife conta com o apoio da tecnologia para mapear locais onde há pessoas nas ruas, ou seja, não segue a orientação de ficar em casa. Uma parceria entre o governo da cidade e uma empresa de geolocalização estabeleceu uma plataforma que rastreia, em tempo real, o movimento de 800.000 pessoas usando smartphones. O recurso até permitiu à cidade criar o Índice de Isolamento Social, que calcula a porcentagem de pessoas que estão em casa.

As informações de geolocalização ajudaram a cidade a identificar 120.000 pessoas que quebraram a quarentena e enviaram mensagens nesta sexta-feira (27), pedindo que ficassem em casa. Eles foram enviados para pessoas localizadas em 20 bairros da capital de Pernambuco e cujo movimento estava acima da média em outras partes da cidade. O Rio de Janeiro possui uma ferramenta semelhante, que mede o deslocamento e a concentração de pessoas, fornecida pela TIM.

Hoje, sabemos que temos 53% da população fazendo isolamento. Com esta plataforma, agora temos uma leitura onde é encontrada a maior circulação de pessoas. Quem mora em Jaqueira, em Santo Antônio, por exemplo, vai mais que em casa.
Tullio Ponzi, Secretário Executivo de Inovação Urbana em Recife

“Isso nos dá uma eficiência impressionante, tanto para o envio de mensagens quanto para ações de acompanhamento na rua, seja de carro ou de inspeção”, acrescenta.

Os dados de localização são feitos sem acesso às informações pessoais do proprietário do smartphone. “Podemos fazer isso através do IP do dispositivo e, a partir desse momento, podemos ter dados de mapeamento para inteligência”, diz Ponzi.

Antes de serem utilizados, os dados passam por uma interpretação. Por exemplo: no bairro da Ilha do Leite há um movimento maior de pessoas, mas isso é considerado normal porque existem hospitais lá. Em Jaqueira, existe um grande parque, o que pode explicar uma menor porcentagem de movimento.

“Precisamos fazer outro raciocínio para realizar as ações de campo, com uma comparação entre as comunidades para descobrir qual é cada vez mais em circulação, cruzando as características de cada local”, explica o secretário.

Expansão pontual

A empresa que criou a tecnologia é a In Loco. Para André Ferraz, CEO da empresa, a associação com Recife tem sido rentável e eficiente. “Estamos conseguindo observar a eficácia das medidas de isolamento. Estamos começando a ver que os dados são convertidos em ações”, diz ele.

Graças aos dados coletados, outros departamentos estão fazendo o trabalho. “Orientamos as pessoas a passar carros de som em bairros como Vasco da Gama e Brasília Teimosa, porque vimos mais pessoas andando por aí”, explica Ponzi.

Para o presidente da In Loco, o modelo criado para Recife pode ser levado para outro lugar. Já existem estados interessados. “Estamos trabalhando para tornar essa solução amplamente usada e o ‘In Loco’ pode contribuir para a luta contra a disseminação da covid-19”, diz ele.

Ferraz explica que a empresa já investiu mais de R $ 150 milhões na plataforma de localização nos últimos 10 anos. “Essa tecnologia é exclusiva da In Loco e já é usada para outras aplicações nas áreas de segurança e marketing. Recentemente, percebemos que ela poderia ser adaptada para combater a covid-19. Trabalhamos apenas em pequenos ajustes técnicos para obter informações e desenvolvendo o Temos uma grande parte de nossa equipe trabalhando no projeto. É nossa prioridade no momento “, conclui.

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