O dicionário Michaelis tem significados diferentes para a palavra crise: situação desfavorável; situação anormal e grave; conflito, tensão, desordem. Em todos eles existe a noção de que a crise é um evento negativo, que desestabiliza nossas estruturas e transforma nosso modo de viver de maneira profunda.
Não há dúvida de que a palavra se encaixa muito bem para descrever o contexto atual. Vivemos um tempo de crise causado pela pandemia de coronavírus, algo que se manifesta nas dimensões econômica, política e social. Não há país que não tenha sido afetado, em maior ou menor grau, pelos efeitos perversos desse desafio coletivo.
E entre todos os requisitos fundamentais para enfrentar esse problema, talvez o principal seja o trabalho diligente de um Liderança.
Há alguns anos, tive a oportunidade de estudar na Universidade de Harvard com os professores Ronald Heifetz e Marty Linsky, teóricos da Liderança adaptado. Naquela época, trabalhei como consultor de investimentos de impacto e comecei a sonhar em criar o BrazilLAB, que se tornou o primeiro centro GovTech no país que conecta o ecossistema de Abertura com o setor público. Embora eu morasse com vários líderes e também fosse líder de várias organizações e equipes, as lições que aprendi com a experiência foram transformadoras.
Além de desmistificar idéias preconcebidas e quase cristalizadas do que é ser um LiderançaEstudar com Heifetz e Linsky me fez entender o poder que os líderes têm para incentivar as pessoas e promover a mudança. E é no momento da crise que os líderes se tornam ainda mais protagonistas das transformações positivas, e não há dúvida de que o momento exige isso.
O que é ser líder e o que é conduzir
A primeira lição que aprendi é que a noção generalizada de que Liderança Tem um perfil inato e inalterável, geralmente pessoas sérias, controladoras, fortes e imponentes, que não se encaixam na realidade.
Mais do que características pessoais, Liderança – e não a cabeça ou o comando – nasce de pessoas que combinam três elementos principais: preocupação com uma visão de longo prazo, mesmo que esteja relacionada aos dados e às possibilidades que o presente traz; a capacidade de comunicar, dialogar e mobilizar pessoas “sob sua responsabilidade” e o foco prioritário na obtenção de resultados concretos e transformadores.
E cada vez mais vimos como esses três elementos se manifestam em líderes que têm um perfil adaptativo. São aqueles que fazem um diagnóstico profundo e sistêmico antes de tomar medidas, considerando as características do contexto, o impacto nas pessoas e a necessidade de ser transparente ao comunicar mudanças.
São pessoas capazes de gerar um senso de propósito e pertencimento, e aquelas que sabem ouvir e rever posições.
Este perfil não tem medo da realidade; abraça-o, em sua complexidade e desafios, e mostra um respeito absoluto pelo conhecimento. UMA Liderança Exercido de forma adaptativa, é capaz de promover a unidade em momentos em que esse sentimento é essencial para superar os desafios que afetam a todos, sem exceção.
Liderança em ação
ELE Liderança Adaptativo também não está relacionado à idade, alinhamento político ou nacionalidade. Mas tem a ver com gênero. É o que mostra as nações que têm combatido a pandemia e são a prova de que as mulheres são as mais bem-sucedidas contra esse mal.
Países como Taiwan, Alemanha, Nova Zelândia e Islândia, para dar alguns exemplos, tiveram líderes femininas que combinaram uma visão de longo prazo, comunicação transparente e foco em resultados para enfrentar os desafios que a crise trouxe. Em um momento sem precedentes, foram tomadas decisões rápidas, poderosas e eficazes. Os resultados foram rápidos e são incontestáveis: a redução na progressão da doença e, consequentemente, o número de óbitos.
Também existem líderes adaptativos no mundo privado. É o caso de Luiza Trajano, presidente da revista Luiza. Na sexta-feira (3), conversamos ao vivo sobre o projeto “Conversas para inspirar”, que eu faço todos os meses no meu Instagram, e refletir sobre o papel de Liderança em tempos de crise.
No outro espectro do perfil adaptativo, estão os líderes que negaram a realidade e resistiram a agir diante do contexto de mudanças rápidas e profundas. Não diagnosticando a complexidade do desafio imposto, eles começaram a procurar soluções fáceis e de baixo custo que não apresentassem resultados. Pior de tudo, na luta para manter seu estilo de conduzir, acabou se desconectando das pessoas e rompendo com o principal ativo que um Liderança você deve cultivar: confiar.
Nos últimos anos, especialmente nos países em desenvolvimento e na América Latina, fomos vencidos por uma onda de desconfiança em instituições e liderança política. Existem vários estudos dedicados a investigar os impactos desse fenômeno, e espero poder falar mais sobre sua relação com a tecnologia em breve, mas é a confiança, como sentimento compartilhado, que possibilita navegar pela incerteza.
E será fundamental para o momento de reconstrução e retomada que ainda experimentaremos. Nenhuma confiança no caminho construído por LiderançaNão há como mobilizar as pessoas para andar.
Ainda há tempo
O Brasil tem vários desafios e precisamos de um Liderança Isso garante que sairemos da crise, pelo menos, não pior do que entramos. Teremos uma tarefa longa e árdua, afinal, existem milhões de brasileiros que estão agora em isolamento social, que viram suas possibilidades de gerar queda de renda ou que perderam seus negócios, fontes de renda para várias famílias. Será necessário um senso de urgência, propósito e confiança para nos tirar desse momento juntos.
E mais do que apenas pensar nos próximos meses, temos que acreditar que os cidadãos brasileiros merecem uma Liderança isso é inspirador e comprometido com o interesse público. Este ano, experimentaremos o exercício de renovação das eleições municipais, quando o próximo ciclo começar. Que podemos escolher sabiamente os verdadeiros líderes que vêem na política o potencial de transformação que ela pode gerar.