Os estoques de bancos de sangue no país diminuem significativamente. O motivo, segundo profissionais da área, é que as pessoas saem de casa como forma de conter a disseminação do novo coronavírus. Os especialistas reforçam a importância de evitar saídas, mas pedem às pessoas que frequentem os hemocentros, enfatizando que não há risco de contaminação nesses locais.
Segundo o oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Fernando Maluf, as pessoas realmente devem evitar sair de casa, mas não podem evitar doar sangue. “O risco de ficar com covid-19 em uma ida e volta ao banco de sangue é muito pequeno, enquanto o potencial de salvar vidas é muito grande”, disse ele.
O oncologista tranquilizou as pessoas que temem ser infectadas no local de doação de sangue. Segundo o médico, quase todos os hemocentros estão localizados em um local separado do hospital principal, reduzindo o risco de infecção. “É uma área muito segura”, disse ele.
Embora os hospitais tenham suspendido parte dos procedimentos eletivos, ainda há uma grande necessidade de sangue nesses locais.
Segundo Maluf, a necessidade não está diretamente relacionada aos pacientes diagnosticados com covid-19, mas está relacionada a cirurgias de emergência e pacientes que precisam manter níveis mais altos de plaquetas e hemoglobina, por exemplo. “É uma necessidade vital para todos os hospitais”, disse o médico. “Não podemos deixar pacientes com covid-19 ou tantas outras doenças sem esse elemento”, disse ele.
A Fundação Pró-Sangue, vinculada à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, informou que seu estoque está abaixo do ideal. Em fevereiro, explicou a organização, a doação de sangue caiu drasticamente, atribuída ao carnaval e à campanha de vacinação contra o sarampo, que restringe os doadores. Até a semana passada, a instituição operava com 40% da reserva necessária para atender pelo menos 100 instituições de saúde pública.
Rastreio
O Ministério da Saúde publicou uma nota técnica que atualiza os critérios para doação de sangue. O documento instrui os hemocentros a perguntarem, durante o processo de detecção, se o doador estava em países com transmissão local da doença. Nesse caso, você deve aguardar 30 dias da sua chegada ao Brasil para fazer a doação.
As pessoas que tiveram contato com casos suspeitos ou confirmados de covid-19 também devem esperar um mês antes de doar. Aqueles que foram infectados com o coronavírus devem esperar 90 dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.