Quais investimentos seu portfólio deve incluir com Selic a 2% e Ibovespa acima de 100.000 pontos?

Reunião da equipe de negócios apresenta o projeto

(Yozayo / Getty Images)

SÃO PAULO – Em decisão amplamente esperada pelo mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduzir a taxa Selic pela nona vez consecutiva, a 0,25 ponto percentual, a 2,00% ao ano.

Com uma taxa básica de juros mais baixa de todos os tempos e em meio a expectativas de que permanecerá nesse nível até pelo menos o final do ano, o investidor conservador terá que se acostumar com prêmios de renda fixa ainda mais compactados por um bom período.

E não é novidade que produtos como contas de poupança tenham oferecido retornos pouco atraentes. Com a taxa Selic de 2% ao ano, o retorno do investimento financeiro, que registro de financiamento líquido Na primeira metade do ano, com incentivos do governo para conter os efeitos do Covid-19, agora é de 1,4%.

O valor é inferior à expectativa de inflação para este ano, de 1,63%, e para o próximo, de 3%. Nos últimos 12 meses até junho, o IPCA registrou inflação de 2,13%.

Veja abaixo como eles receberiam hoje R $ 10.000 investidos em produtos de poupança e renda fixa, como CDBs, com retornos equivalentes a 100% e 120% do CDI.

Para a simulação, foram considerados o período de um ano e três cenários: a manutenção da taxa Selic em 2,00%, uma redução adicional, elevando a taxa para 1,75%; e outra alternativa, com Selic em 1,50% ao ano.

Embora a maior parte do mercado financeiro espere que a Selic permaneça estável em 2% até dezembro, o grupo dos “top 5” no médio prazo no relatório Focus do Banco Central, que representa os economistas mais corretos do mercado. ainda projeta um novo corte nas taxas de juros, com a Selic fechando o ano em 1,88%.

De acordo com os gerentes de ativos e consultores de investimentos consultados pelo InfoMoneyEstender os termos de investimento e aumentar ainda mais a diversificação do portfólio será essencial para garantir um retorno nesse novo cenário.

“No Brasil, sempre estamos acostumados a investir com segurança, com boa rentabilidade e alta liquidez. Mas o cenário de juros baixos nos obriga a desistir de um desses pilares “, diz Marcos Patron, sócio da Messem Investimentos.

Ao investir visando prazos mais longos, o investidor pode escolher ativos com mais volatilidade, diz ele, porque eles tendem a oferecer maior potencial de retorno.

Troca: ainda há oportunidade

Apesar da forte retomada do Ibovespa, com alta de 59,2% em relação à baixa do ano, em 23 de março, com índice de 102.801 pontos, a avaliação é de que a Bolsa de Valores, que cai 12,5 % em 2020, ainda oferece oportunidades.

Além de aumentar o fluxo de investidores em risco, um movimento natural em um ambiente de juros baixos, a retomada do lucro das empresas deve elevar os preços das ações nos próximos meses, argumenta Camila Magalhães, diretora de investimentos e parceira. de Sonata Gestora de Patrimônio. .

Dito isto, a preferência recai sobre empresas sólidas, líderes nos segmentos em que atuam, que devem ganhar participação de mercado em meio à crise. “Quem olha friamente e tem um foco a longo prazo, poderá fazer excelentes negócios. Deveríamos ver mais smoothies [na Bolsa], então quem não pode alocar ainda tem espaço “, diz ele.

Nesse novo nível de interesse, mesmo o investidor mais conservador terá que se expor ao patrimônio se quiser obter um retorno.

No escritório da G2 Investimentos, o sócio Fernando Gaertner recomenda uma participação de 5% a 8% no portfólio conservador de ações para os clientes, um segmento que cresce até 30% em perfis ousados.

Para quem começa com renda variável, os fundos de dividendos são uma opção interessante, diz Camila, que destaca a importância da análise dos gerentes e da criação de uma combinação de estratégias.

Fundos imobiliários

Outra classe que ganha apelo em meio a baixas taxas de juros é a dos fundos imobiliários. Antes de forte apreciação Com os fundos de logística, a oportunidade hoje pode ser encontrada em carteiras corporativas de peças que, segundo Yuri Bialoskorski, gerente da More Invest, foram penalizadas pela crise e são baratas.

Uma das posições que financiam os fundos imobiliários da casa, o More Real Estate FOF ([ativo=MORE11]), expandida nos últimos meses foi a do RB Capital Office (RBCO11), um dos principais FIIs do portfólio.

Os fundos de varejo também estão na lista. Em junho, o FOF do gerente alocou recursos para a TRX Real Estate (TRXF11), que possui propriedades arrendadas por grandes empresas, como o Pão de Açúcar, e nas quais 100% dos contratos são atípicos.

Além disso, após uma oferta mais reprimida nos meses mais agudos da crise, a avaliação é de que as novas questões de FII também podem ser interessantes para os investidores no gerente de ativos.

Renda fixa

Na renda fixa, apesar da inflação atualmente controlada, a preferência dos especialistas consultados ainda recai sobre os produtos indexados ao IPCA, a fim de proteger o poder de compra do investidor no longo prazo.

Na More Invest, Bialoskorski recomendou títulos do governo atrelados à inflação (Tesouro IPCA +) com vencimento em 2035, 2045 e 2050 para clientes, nos quais ele acredita haver margem de lucro. No entanto, as posições são pequenas, dado o risco de descontrole fiscal no horizonte, o que aumentaria os prêmios pagos pelos papéis.

“Com a ajuda emergencial necessária, a relação dívida / PIB piorou substancialmente e o caminho para recuperar esse espaço perdido no lado fiscal exigirá reformas e o governo continuará a respeitar o limite de gastos”, diz ele.

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Camila, da Sonata, diz que vê retornos mais interessantes em papéis de crédito privados de primeira linha, até “AA”, que são comercializados no varejo.

Nas últimas semanas, o gerente aproveitou a emissão de títulos, o agronegócio e os certificados imobiliários, com prazo médio de oito a dez anos e retorno de cerca de IPCA mais 4% ao ano, de empresas como a Brasil Foods (CRA), Raízen (CRA) e Eneva (obrigações).

Se o investidor optar por um fundo de crédito privado em vez de escolher os títulos por conta própria, Gaertner da G2 Investimentos recomenda analisar o histórico do fundo e, sempre que possível, os ativos que compõem a carteira, a qualidade do crédito e A equipe de gerenciamento.

Capital de risco e FIDC

Na Sonata, uma estratégia recomendada aos clientes, que possuem uma riqueza média de R $ 30 milhões, é capital de risco. A categoria refere-se a fundos que compram ações de empresas privadas, com alto potencial de crescimento, mas ainda em fase de estruturação.

A preferência recai sobre aqueles que se concentram na tecnologia. “É um setor que se mostrou muito resistente à crise e que no Brasil ainda tem pouca penetração”, diz Camila.

No entanto, o gerente ressalta que esses investimentos são menos líquidos e focam no longo prazo e, portanto, ocupam um percentual menor no portfólio.

Fundos capital de risco eles também são restritos a investidores qualificados, ou seja, com pelo menos R $ 1 milhão em aplicações financeiras.

Para Bialoskorski, da More Invest, a “cereja do bolo” hoje está investindo em crédito estruturado, por meio do Credit Law Funds (FIDC). No entanto, o produto também é restrito ao investidor qualificado.

“É um mercado que ainda não teve uma extensão muito grande para as pessoas por meio de plataformas e que possui um grande prêmio de risco, gordura de crédito suficiente para obter retorno”, ressalta.

O gerente chama a atenção para o retorno médio do CDI mais 3,5%. “É uma análise difícil de executar, com diferentes classes dentro do próprio ativo, por isso é importante ter um gerente que possa selecionar esses FIDCs”, sugere ele.

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