“Meu nome é Joenia, sou membro da tribo indígena Wapixchana.
Minha segunda formação, como sempre digo, foi o movimento indígena, trabalhando com organizações indígenas. E, acima de tudo, lutar pelos direitos coletivos das comunidades.
A sociedade precisa entender que a discriminação contra os indígenas sempre existiu no Brasil.
Existe discriminação contra os povos indígenas que não são reconhecidos ou mesmo respeitados.
Você pode verificar os dados disponíveis sobre discriminação. A maioria são apenas afrodescendentes, mas não indígenas. Não há dados sobre isso. A maioria dos estudos não aborda a questão da discriminação. [against indigenous peoples].
Então, quando você vê alguém, como um ministro, que fala que os indígenas não podem usar Nike porque isso entraria em conflito com os costumes indígenas; ou criticar uma mulher indígena que usa um iPhone, como se isso tirasse sua identidade indígena; ou não reconhecer os direitos dos povos indígenas como cidadãos brasileiros, é uma forma de discriminação institucionalizada.
Joenia Wapixana:
Joenia Wapixana Graduada em direito pela Universidade Federal de Roraima, a Sra. Wapixana tem defendido as comunidades indígenas na Amazônia brasileira desde a década de 1990.
Em 2018, ao final de uma longa campanha, financiada nas bases por meio de crowdfunding, ela se tornou a primeira mulher indígena eleita para o parlamento federal do Brasil.
Naquele mesmo ano, ele recebeu o Prêmio de Direitos Humanos da ONU, um prêmio de alto nível cujos vencedores anteriores incluíram Eleanor Roosevelt, Martin Luther King e Nelson Mandela.
Depois de levar a disputa de terras “Raposa Serra do Sol” à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Wapixana se tornou o primeiro advogado indígena a argumentar e ganhar um caso perante a Suprema Corte do Brasil.
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Acredito que quando uma pessoa sofreu discriminação racial, ou sofre de racismo, é necessário protegê-la em toda a extensão da lei. Relate o incidente, mesmo que nada apareça. É importante para nós fazermos um registro dessa fase que estamos passando.
A Conferência também deve realizar discussões sobre a inclusão dos povos indígenas no debate das políticas públicas, pois é fundamental incluir na luta as necessidades específicas dos diferentes grupos.
Recursos e não apenas legislação [should be made available]. Porque a partir do momento que você reconhece o problema, mas você não tem estrutura para resolvê-lo com recursos econômicos para implementar [the policy]Você vai acabar sofrendo a mesma discriminação e a mesma situação que enfrentou na primeira Conferência ”.
Este artigo faz parte de uma série de artigos multimídia publicados como parte das comemorações do 20º aniversário da Declaração de Durban da ONU, considerado um marco na luta global contra o racismo.
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