Depois de Oi apresenta nova versão do aditivo ao plano de recuperação judicial e ao fazer concessões para atender aos bancos credores, o presidente da operadora, Rodrigo Abreu, diz estar confiante de que obterá a aprovação dos novos termos na reunião de credores de 8 de setembro.
O executivo afirma que a mudança é necessária para a TV garantir investimentos futuros. Sem isso, a Oi corre o risco de quebrar, alerta. “Se nada mudar, a empresa perde capacidade de investimento e fica insustentável no longo prazo”. A nova proposta da Oi facilita descontos aos credores e antecipa pagamentos. Por outro lado, prevê redução de 50% Dívida de R $ 12 bilhões que mantém com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Abaixo estão trechos da entrevista.
As mudanças são suficientes para cumprir com os credores?
Há confiança da nossa parte na aprovação. Fizemos alterações para manter todos seguros. Mas uma empresa só pode dar segurança aos credores para realmente se recuperar.
O que acontece se a alteração do plano não for aprovada? A empresa pode entrar em colapso?
Voltamos para casa e fizemos outra modificação para buscar um voto favorável em uma reunião futura. Esperamos que isso não aconteça. Após as conversas que tivemos, esperamos que a reação dos credores seja favorável. Mas, se nada mudar, não tivermos melhora, a empresa perderá capacidade de investimento e ficará insustentável no longo prazo. Estamos indo bem do lado operacional, controlando custos, mas para o negócio ser sustentável falta o aspecto financeiro. E para isso é necessário aprovar a adição.
O que levou a Oi a elevar sua expectativa de lance mínimo para a venda de sua participação no negócio de fibra ótica, a Infraco, de R $ 6,5 bilhões para R $ 20 bilhões?
Na primeira proposta a adicionar ao plano, estávamos em uma fase preliminar, recebendo os primeiros comentários das partes interessadas, que realizavam avaliações com base em um pacote básico de informações. Assim, definimos o valor de R $ 6,5 bilhões como mínimo para uma participação de 25% a 51% no negócio. Desde então, concluímos a fase de recebimento de propostas e atingimos a marca de R $ 20 bilhões. E acreditamos que podemos chegar a um número ainda maior, porque a Infraco é um negócio que vai nascer grande.
Vivo e TIM anunciaram que pretendem atrair investidores para desenvolver negócios de fibra óptica. A Oi disputará com eles a atração de investidores?
Creio que não. A Infraco nascerá com 10 milhões de lares passados com fibra. O segundo maior player de fibra (Vivo) vai nascer com 1 milhão. São escalas e conceitos de negócios diferentes. O nosso é mais completo e fará a diferença para os investidores.
Em relação à venda da rede móvel, o que resta definir qual licitante terá prioridade? Será a oferta conjunta da TIM, Vivo e Claro ou do Highline?
Nossa visão é neutra, não preferimos A ou B, mas sim aquele que mais agrega valor para a empresa.
Ambas as ofertas são viáveis, considerando as restrições regulatórias?
Entendemos que o cenário regulatório e competitivo de cada oferta tem diferenças, mas ambos podem acontecer. É uma questão de negociar os termos.
Quais termos, por exemplo?
Por um lado (vender para o consórcio), você tem um processo complexo de divisão do patrimônio entre as operadoras. Por outro lado (para Highline), teríamos que assumir obrigações de transição, como gestão de clientes para manter a operação.