Por que a Samsung vendeu fábricas de LCD para a TCL por um bilhão de dólares?

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Em processo de retirada da China há alguns anos, a Samsung vendeu duas fábricas de telas de LCD no país para a CSOT, subsidiária da TCL da China. A venda, com valor estimado em um bilhão de dólares (cerca de R $ 5,5 bilhões), também marca mais um passo para a empresa sair da produção do componente, em um processo que se considera terminar em 2020.

O negócio envolveu a venda de 100% da fábrica SSM (Suzhou Samsung Display Manufacturing), além de 60% da SSL (Suzhou Samsung LCD Technology), sob o controle de sul-coreanos. Os 40% restantes do SSL pertencem ao governo municipal chinês local (30%) e ao TCL (10%).

Parte do preço de venda foi usado por Samsung adquirir 12,33% da CSOT, tornando-se o segundo maior acionista da fabricante de telas LCD e OLED, atrás apenas dos 80,28% detidos pela TCL.

A aquisição da TCL deve consolidar sua subsidiária CSOT (China Star) como a segunda maior fabricante mundial de painéis LCD, atrás apenas do BOE chinês.

Mercado em transição

Embora ainda use muito telas LCD em seus televisores, tanto em modelos com painéis IPS ou VA quanto em modelos premium com uma camada de pontos quânticos e chamados de “QLED”, a Samsung Electronics começou há alguns anos a adquirir o componente de outras empresas, atraída por os baixos preços praticados pelos concorrentes chineses e até mesmo por rival doméstico LG.

Além disso, a empresa se prepara para adotar outras tecnologias em telas grandes, como os painéis OLED com camada de pontos quânticos: o QD-OLED – ou como microLED.

A TCL ultrapassou a LG no segundo trimestre para se tornar a segunda maior marca de TV do mundo (imagem: DSCC)

Curiosamente, TCL e Samsung são rivais ferrenhos no segmento de televisão, no qual compartilham os dois primeiros, segundo dados da consultoria Display Supply Chain. A TCL é responsável por dispositivos de várias marcas, como Semp (Brasil) e Thomson (Europa), e recentemente ultrapassou a LG número de dispositivos vendidos.

Os telefones celulares também estão mudando

A transição do LCD para outros tipos de painéis também pode ser observada no mercado de telefonia celular, no qual a tecnologia representava cerca de 75% do segmento em 2016, caindo para cerca de 60% em 2019, segundo dados da consultoria DSCC.

A mudança se deve a alguns fatores, como a adoção de painéis OLED por maçã – a partir de iPhone Xem 2017, levando a uma adoção massiva do componente pelos fabricantes chineses em 2019, ano em que houve um aumento de 46% no uso de displays OLED por outras marcas que não Apple ou Samsung.

A adoção de telas OLED em telefones celulares continua a crescer (imagem: DSCC / reprodução)

E a tendência não parece ter prazo para desacelerar, com cada vez mais modelos chineses e sul-coreanos adotando OLED, mesmo em aparelhos voltados para o segmento médio. Para ilustrar, os dados da consultoria CounterPoint indicam que o O mercado de smartphones com tela AMOLED deve crescer mais de 40% este ano. Tudo isso indica que a mudança da Samsung foi feita em um momento muito apropriado.

Fonte: Coréia de negócios, Elec, Arauto da Coréia

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