Polícia do Brasil frustra conspiração de gangue contra o juiz da lavagem de carros Moro

SÃO PAULO SÃO PAULO (AP) – A Polícia Federal invadiu instalações em vários estados na quarta-feira para reprimir uma quadrilha acusada de conspirar para matar e sequestrar funcionários públicos, incluindo um ex-juiz que presidiu o maior caso de corrupção do Brasil.

Um dos alvos dos suspeitos era o senador Sérgio Moro, que como juiz presidiu a investigação de corrupção e lavagem de dinheiro da Lava Jato iniciada em 2014, disse o ministro da Justiça, Flávio Dino, a repórteres em São Paulo. Os suspeitos alugaram casas perto da casa e do escritório de Moro em Curitiba, capital do Paraná, e ergueram paredes para criar quartos que poderiam ser usados ​​para manter reféns, disse ele.

Dino disse a repórteres que as autoridades estão investigando se os criminosos pretendiam matar ou sequestrar Moro. A operação foi lançada na quarta-feira porque os investigadores determinaram que os suspeitos já estavam formando equipes para realizar seus planos, acrescentou.

Moro disse no Twitter que foi alvo de retaliação por uma das mais notórias quadrilhas de traficantes do Brasil, conhecido como Primeiro Comando da Capital. Ele agradeceu as forças policiais e disse que emitiria um comunicado ainda na quarta-feira.

De 2014 a 2018, Moro foi o juiz principal nos julgamentos da Lava Jato, que levaram à prisão de políticos proeminentes, incluindo o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou mais de um ano na prisão. A condenação de Lula foi posteriormente anulada. Em 2019, Moro tornou-se ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro e rapidamente supervisionou a transferência do líder do Primeiro Comando da Capital e quase duas dezenas de membros de gangues para a prisão federal.

Moro deixou o governo em abril de 2020 e conquistou uma cadeira no Senado nas eleições gerais do ano passado. Lula também foi eleito presidente.

A Polícia Federal investigou no ano passado um plano do Primeiro Comando da Capital para sequestrar servidores públicos federais, com o objetivo de trocá-los pela libertação de Marco Willians Camacho, líder da quadrilha preso, segundo reportagem do UOL.

A Polícia Federal disse em seu comunicado na quarta-feira que os criminosos pretendiam usar seus reféns sequestrados para extorsão.

A operação desta quarta-feira envolveu 120 policiais cumprindo 24 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de prisão nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia, disse a polícia em comunicado, que não citou os suspeitos ou seus alvos. .

Dino disse a repórteres que outro alvo era um promotor da unidade anticrime do estado de São Paulo.

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