BRASÍLIA, Brasil (AP) – A Polícia Federal brasileira invadiu a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro na quarta-feira e confiscou seu telefone no que disse ser uma investigação sobre suposta falsificação de cartões de vacinação COVID-19. Vários outros locais também foram revistados e meia dúzia de pessoas foram presas, disse a polícia.
O presidente confirmou a invasão em sua residência enquanto falava com repórteres, assim como sua esposa Michelle em sua conta no Instagram. Ela disse que seu telefone não foi apreendido, ao contrário dos relatos da mídia.
Um policial federal, que falou sob condição de anonimato porque não estava autorizado a falar publicamente, disse que Bolsonaro será denunciado na sede da Polícia Federal e confirmou que um de seus aliados mais próximos, Mauro Cid, foi preso.
Questionada sobre a invasão à casa de Bolsonaro, a assessoria de imprensa da Polícia Federal divulgou nota informando que agentes realizaram 16 batidas e seis prisões no Rio de Janeiro relacionadas à introdução de dados fraudulentos relacionados à vacina COVID-19 no sistema de saúde do país. A declaração não citou Bolsonaro ou Cid.
A mídia local noticiou que as carteiras de vacinação de Bolsonaro, seus assessores e seus familiares foram alteradas. Durante a pandemia, Bolsonaro passou meses lançando dúvidas sobre a eficácia da vacina e recusando-se desafiadoramente a recebê-la. Em setembro de 2021, isso levantou questões sobre se ele poderia Participe da Assembléia Geral da ONU em Nova York.
“Não houve adulteração da minha parte, não aconteceu”, disse Bolsonaro a repórteres na quarta-feira após a busca. “Não tomei a vacina, ponto. Eu nunca neguei.”
A busca se soma à de Bolsonaro crescentes dores de cabeça legais. A Polícia Federal o interrogou em sua sede em Brasília duas vezes no último mês em relação a investigações distintas: primeiro, sobre três conjuntos de joias com diamantes que recebeu da Arábia Saudita e em segundo lugar, quanto seu papel potencial no desencadeamento da revolta de 8 de janeiro por seus seguidores na capital.
Bolsonaro também é objeto de várias investigações do Tribunal Eleitoral do Brasil sobre suas ações durante a campanha eleitoral presidencial, particularmente suas alegações infundadas de que o sistema de votação eletrônica do país é suscetível a fraudes. Eles ameaçam privá-lo de seus direitos políticos e impedi-lo de concorrer às próximas eleições.
Separadamente, Bolsonaro e seus aliados também enfrentam uma longa investigação liderada pela Suprema Corte sobre a disseminação de supostas falsidades e desinformação no Brasil, e uma investigação da Polícia Federal sobre o suposto genocídio do povo indígena Yanomami na floresta amazônica, encorajando garimpeiros ilegais a invadir seu território e põem em perigo as suas vidas.
O ex-presidente negou qualquer irregularidade em todos os vários casos sob investigação.
O comunicado da polícia disse que a inserção de dados falsos do COVID-19 ocorreu entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e permitiu que pessoas cujos cartões de imunização foram alterados para atender à exigência de vacinação dos EUA para entrada no país.
A investigação indica que o objetivo estava relacionado a “agendas ideológicas” e pretendia “apoiar o discurso voltado para o ataque à vacina contra a COVID-19”, diz o comunicado.
Durante meses, Bolsonaro insistiu que o antimalárico hidroxicloroquina era um tratamento para o COVID-19, apesar da falta de evidências médicas sólidas. A certa altura, o ex-presidente alertou os brasileiros de que não haveria recurso legal contra a Pfizer para quem sofresse efeitos colaterais irreversíveis. Ele também ligou a vacina à AIDS uma alegação rejeitada por médicos e cientistas, levando um juiz do Supremo Tribunal brasileiro a ordenar que seus comentários fossem investigados.
O número de mortos pela pandemia no Brasil foi o segundo maior do mundo. PARA Investigação do Congresso determinou que Bolsonaro deveria sofrer impeachment por estragar a resposta nacional ao COVID-19, incluindo ele insistindo em tratamentos não comprovados.
Bolsonaro voltou recentemente ao Brasil depois de vários meses longe de Orlando, onde se manteve discreto, exceto por algumas palestras. Neste fim de semana, em busca de reconquistar sua posição de influência no Brasil, ele viajou ao interior de São Paulo e se apresentou em uma grande feira agrícola.
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Biller relatou do Rio de Janeiro.