Os astrônomos criaram uma maneira de descobrir se a massa que existe no final do nosso Sistema Solar é, de fato, a prova de um “Planeta Nove”, com uma massa até dez vezes maior que a Terra, para deleite daqueles que sentem falta delas. Plutão, ou se for um buraco negro do tamanho de uma toranja.
A idéia de um possível nono planeta no Sistema Solar é uma questão antiga de astronomia. Para desvendar o mistério, cientistas da Universidade de Harvard, nos EUA, e da BHI (Black Hole Initiative) estão na vanguarda da missão Legacy Survey of Space and Time (LSST), que usará os dados coletados por o telescópio do Observatório Vera C. Rubin, ainda em construção no Chile.
A investigação deve verificar a existência das chamadas “explosões de acreção”, que ocorrem quando buracos negros engolem cometas ou outros objetos pequenos. Portanto, sua presença poderia provar se o “Planeta Nove” é um buraco negro ou não.
O Astrophysical Journal Letters aceitou um artigo sobre a empresa. A previsão é que, dentro de um ano de pesquisa, os astrônomos já tenham a resposta para a pergunta, de acordo com o texto.
Segundo os pesquisadores, a descoberta terá um significado científico sem precedentes porque, além de resolver o desconhecido que intriga os astrônomos há anos, isso abriria espaço para outras descobertas.
“A periferia do sistema solar é o nosso quintal. Encontrar o Planeta Nove é como descobrir um primo que mora no galpão atrás de sua casa que ele nunca conheceu”, disse Loeb. “Isso imediatamente colocaria dúvidas: por que está lá? Como conseguiu suas propriedades? Isso moldou a história do Sistema Solar? Existe algo mais?”
O método de estudo será encontrar buracos negros que observem as chamas resultantes do impacto de pequenos objetos na nuvem de Oort, uma região extrema do Sistema Solar cheia de objetos trans-netunianos, que seria uma espécie de “berçário” para cometas.
O telescópio chileno analisará nosso Sistema Solar repetidamente, dando aos cientistas uma riqueza de dados nunca antes vistos. São esses dados que permitirão aos astrônomos envolvidos no LSST investigar a natureza misteriosa da energia que emana dessa região do espaço.
“Nas proximidades de um buraco negro, os pequenos corpos que se aproximam dele derretem como resultado do aquecimento do acúmulo de gás no meio interestelar do buraco negro”, explicou um dos autores da pesquisa Amir Siraj, um Estudante de astronomia de Harvard.
Após o derretimento, os pequenos corpos agitam e se acumulam sob a influência do buraco negro. Esse aumento causa a emissão de radiação, que são flashes capazes de iluminar brevemente a vastidão escura do sol.
“Como os buracos negros são inerentemente escuros, a radiação emitida pela matéria na ‘boca’ do buraco negro é a única maneira de iluminar esse ambiente escuro”, disse o coautor Avi Loeb, presidente do departamento de astronomia de Harvard.