Pesquisadores criam sensor de baixo custo que detecta

Um sensor de baixo custo

imagem: sensor de cobre flexível feito de forma econômica usando materiais comuns: fita de cobre condutora, folha de filme transparente, etiqueta de papel, esmalte de unhas, solução de criação de circuitos e acetona
visão mais

Crédito: Anderson M. de Campos

Metais pesados ​​como chumbo e cádmio estão presentes em baterias, cosméticos, alimentos e outras coisas que fazem parte da vida cotidiana. Eles são tóxicos quando se acumulam no corpo humano, podendo causar vários problemas de saúde, mas detectá-los em fluidos corporais requer equipamentos caros e um ambiente de laboratório controlado. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) no Brasil já desenvolveram um sensor vestível feito de materiais simples para detectar metais pesados ​​no suor, que é facilmente amostrado.

A pesquisa foi apoiada pela FAPESP (projetos 16/01919-6 Y 16/06612-6) e grupos envolvidos nos Institutos de Física (IFSC) e Química (IQSC) de São Carlos, além de colaboradores da Universidade de Munique, na Alemanha, e da Chalmers University of Technology, na Suécia.

Os resultados são publicados em um artigo na revista quimiossensores. “Obtemos informações importantes sobre a saúde de uma pessoa medindo sua exposição a metais pesados. Altos níveis de cádmio podem causar problemas fatais no trato respiratório, fígado e rins. O envenenamento por chumbo danifica o sistema nervoso central e causa irritabilidade, comprometimento cognitivo, fadiga, infertilidade, pressão alta em adultos e atraso no crescimento e desenvolvimento em crianças”, disse ele. Paulo Augusto Raymundo PereiraÚltimo autor do artigo e pesquisador do IFSC-USP.

Os seres humanos eliminam metais pesados ​​principalmente por meio do suor e da urina, e a análise desses biofluidos é uma parte fundamental dos testes e tratamentos toxicológicos. “O mundo precisa de sensores flexíveis que sejam produzidos em massa de maneira fácil, barata e rápida, como nosso dispositivo, para detecção no local, monitoramento contínuo e análise descentralizada de compostos perigosos”, disse ele.

Ao contrário de outros testes padrão-ouro para detectar metais pesados ​​em biofluidos, o sensor é simples em relação aos materiais utilizados para sua fabricação e às etapas de sua produção. “A base do aparelho é polietileno tereftalato [PET], sobre a qual há uma fita adesiva condutora de cobre flexível, uma etiqueta que pode ser comprada em papelarias, com o sensor impresso e uma camada protetora de esmalte ou spray. O cobre exposto é removido por imersão em solução de cloreto férrico por 20 minutos, seguida de lavagem em água destilada para promover a corrosão necessária. Tudo isso garante velocidade, escalabilidade, baixo consumo e baixo custo”, disse Robson R. da Silva, pesquisador da Chalmers University of Technology, na Suécia, e coautor do artigo.

O aparelho é conectado a um potenciostato, instrumento portátil que determina a concentração de cada metal por meio da medição das diferenças de potencial e corrente entre os eletrodos. O resultado é exibido em um computador ou smartphone usando o software aplicativo apropriado.

O sistema é simples o suficiente para ser usado por não especialistas não treinados, bem como técnicos em locais como hospitais, clínicas e consultórios médicos. O dispositivo também pode ser usado em vários tipos de situações de gerenciamento ambiental. “Os poços artesianos, por exemplo, são regulamentados e exigem monitoramento constante para analisar a qualidade da água. Nosso sensor pode ser extremamente útil nesses casos”, disse ele. Anderson M de Camposprimeiro autor do artigo e pesquisador da Universidade de Munique na Alemanha.

Refinamentos e possível patente

O desempenho do sensor na detecção de chumbo e cádmio foi avaliado em testes com suor artificial enriquecido em condições experimentais ideais. Adaptações são necessárias antes que o dispositivo possa ser patenteado. “Até que a invenção fosse finalizada, não encontramos relatos de sensores de cobre flexíveis sendo usados ​​para detectar metais tóxicos no suor, mas uma pesquisa anterior provavelmente retornaria algo semelhante, bloqueando potencialmente um pedido de patente”, disse ele. Marcelo L. Calegaroa outra coautora do artigo e pesquisadora do IQSC-USP.

Para evitar esse problema, ele está trabalhando em aplicativos e melhorias adicionais. Uma ideia seria substituir o estágio de corrosão, que produz resíduos, pelo corte de uma máquina de papel. Outra seria usar o mesmo tipo de aparelho para detectar agrotóxicos na água e nos alimentos.

Sobre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) é uma instituição pública que tem como missão apoiar a pesquisa científica em todas as áreas do conhecimento por meio da concessão de bolsas, auxílios e auxílios a pesquisadores vinculados a instituições de ensino superior e pesquisa do Estado de São Paulo, Brasil. A FAPESP sabe que a melhor pesquisa só pode ser feita trabalhando com os melhores pesquisadores internacionais. Por isso, estabeleceu parcerias com agências de fomento, ensino superior, empresas privadas e organizações de pesquisa de outros países reconhecidas pela qualidade de suas pesquisas e vem incentivando cientistas financiados por suas bolsas a desenvolverem ainda mais sua colaboração internacional. Você pode saber mais sobre a FAPESP em www.fapesp.br/es e visite a agência de notícias FAPESP em www.agencia.fapesp.br/es manter-se atualizado com os últimos avanços científicos que a FAPESP ajuda a alcançar por meio de seus inúmeros programas, prêmios e centros de pesquisa. Você também pode assinar a agência de notícias FAPESP em http://agencia.fapesp.br/subscribe


Isenção de responsabilidade: Alerta AAAS e Eurek! não são responsáveis ​​pela precisão dos comunicados de imprensa publicados no EurekAlert! por instituições contribuintes ou pelo uso de qualquer informação através do sistema EurekAlert.

You May Also Like

About the Author: Jonas Belluci

"Viciado em Internet. Analista. Evangelista em bacon total. Estudante. Criador. Empreendedor. Leitor."

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *