Grama baleeira, Maria milagrosa. Mantenha os nomes desta planta, pois pesquisadores brasileiros descobriram que ela pode ser usada como um futuro aliado no tratamento de feridas agravadas pelo diabetes. Para aqueles com a doença, cortes simples, bolhas e rachaduras podem evoluir e, em casos mais graves, causar amputação de membros se não forem tratados.
Os bons resultados do uso da planta Cordia verbenacea, seu nome científico, apareceu na pesquisa de mestrado em biotecnologia industrial pela bióloga Jéssica Martim. Ele conseguiu demonstrar que a pomada feita com o óleo essencial da planta acelerava o processo de cicatrização de feridas em animais com diabetes.
O experimento foi tão bem-sucedido que Martim está finalizando a documentação para registrar o pedido de patente da fórmula. O estudo foi realizado na Universidade Positivo, em Curitiba, e foi supervisionado por Thais Andrade Costa-Casagrande e co-supervisionado por Lleila Maranho.
“Veja uma pesquisa que pode ajudar as pessoas, com nossos recursos [por ser uma planta brasileira] e ser eficaz é muito gratificante “, afirmou Martim Inclinação.
“Os resultados levam tempo para chegar, e geralmente passamos por momentos que não são fáceis em uma pesquisa. Mas a satisfação de ter feito isso e chegar a algum lugar alimenta nossas expectativas de interesse das pessoas, da indústria e de quem quer que seja. investir “, acrescentou.
Receita de avós
O mestre em biotecnologia industrial decidiu estudar a caça à baleia, porque ela já faz parte da dinâmica de sua família. O avô teve um problema de saúde e começou a usá-lo na forma de chá, por recomendação de um amigo. Como os dois tiveram um bom resultado, o biólogo começou a procurar mais informações e estudos científicos sobre a eficácia e o efeito anti-inflamatório da planta.
“Quando investigamos a planta, examinamos os relatórios relacionados à cicatrização e notamos o uso para esse fim. Sabemos que o diabetes causa um problema de vasculite que dificulta a cicatrização, especialmente nas regiões dos membros. Decidimos testar o potencial de cura da planta em animais diabéticos “, lembrou o conselheiro Thais Casagrande.
A vantagem da baleia, de acordo com os entrevistados, reside no fato de ser brasileira, acessível (facilmente encontrada na costa do país) e economicamente viável para ser utilizada em larga escala. Além disso, não era tóxico.
Como eles chegaram ao resultado
O estudo científico em questão começou cerca de quatro anos atrás. Os primeiros passos incluíram a análise microbiológica da planta e a apresentação do projeto ao comitê de ética e pesquisa em animais da universidade: procedimento padrão para pesquisa em animais.
Após a aprovação do comitê, os experimentos começaram. Os pesquisadores definiram o número de ratos de laboratório a serem analisados, estabeleceram os cuidados necessários para tratar os animais e induziram diabetes.
Pequenas lesões foram feitas nos ratos e os pesquisadores começaram a analisar o processo de cicatrização, principalmente nas feridas tratadas com a pomada de baleia.
Os ratos foram seguidos por 18 meses e divididos em grupos de tratamento de oito e 15 dias. A melhora no processo de cicatrização começou após oito dias de tratamento com a pomada.
No momento da investigação, Martim precisava estar dividido entre o trabalho dele e o de seu professor. Foi muita corrida, mas tudo correu bem.
Para o futuro da pomada natural, serão necessários mais testes e avaliação pelos órgãos competentes, inclusive para possível uso humano futuro. Mas que todo o trabalho já indica o quão benéfico pode ser para ajudar as pessoas.
Para os entusiastas da pesquisa científica, Matrim ressalta que o importante é não ter medo de tentar. “A pesquisa move o mundo e ainda há muito a ser investigado e estudado. Ainda mais em um país como o nosso, com fauna e flora únicas, pesquisadores de qualidade e universidades dispostas e comprometidas”.