Pesquisadores do Museu Nacional, do Rio de Janeiro, publicaram hoje (15) dados inéditos de investigação sobre o crescimento ósseo da espécie de dinossauro Vespersaurus paranaensis. O estudo foi realizado em parceria com o Centro Paleontológico de la Universidad de Contestado, instituição com sede no Paraná. Revela que este animal poderia viver entre 13 e 14 anos e atingir a maturidade sexual entre 3 e 5 anos.
ELE Vespersaurus paranaensis era uma espécie de pequeno dinossauro, com 1,5 metro de comprimento. Viveu no período Cretáceo, entre 90 e 70 milhões de anos atrás, no noroeste do Paraná. Nesta época, parte do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil formavam o Deserto do Caiuá. A espécie habitava os pântanos circundantes, possivelmente um oásis. Nessa mesma região, fósseis de lagartos extintos e duas espécies de pterossauros também foram encontrados.
Graças ao grande número de fósseis preservados no Vespersaurus paranaensis, foi possível traçar um quadro mais completo e confiável de como esses animais se desenvolveram, quais foram suas taxas de crescimento e quanto tempo levaram para se tornarem adultos. A técnica de osteo-histologia utilizada no estudo consiste na extração de fragmentos ósseos por meio de corte com serra elétrica. Por ser relativamente destrutivo, geralmente é usado apenas quando os fósseis são abundantes.
A pesquisa também constatou a existência de um tipo de tecido ósseo incomum para os dinossauros, conhecido como fibroso paralelo. É caracterizada por um alto grau de organização das fibras de colágeno contidas nos ossos e requer mais tempo para se formar durante o crescimento do animal. Portanto, as taxas de crescimento do Vespersaurus paranaensis eles eram provavelmente mais lentos do que aqueles vistos em outros dinossauros e mais semelhantes a crocodilos e crocodilos.
A hipótese dos pesquisadores é que a desaceleração do crescimento desses animais estaria relacionada ao tamanho de seu corpo. Também é possível que seja uma adaptação ao ambiente árido em que viviam.
O trabalho fez parte da pesquisa de mestrado de Geovane Alves de Souza, financiada com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Também mobilizou outros seis cientistas: Arthur Brum, Juliana Sayão, Maria Elizabeth Zucolotto, Marina Soares, Luiz Weinschütz, além do paleontólogo e diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner.
Segundo nota publicada pelo Museu Nacional, os resultados revelam a importância do financiamento de bolsas de pós-graduação, lançando luz sobre como os dinossauros viviam em um mundo de constantes mudanças climáticas e quais mecanismos e estratégias de sobrevivência existiam no passado do planeta. . “Embora os dinossauros fascinem os cientistas e o público em geral, muitas questões sobre seu crescimento, metabolismo e anatomia permanecem sem resposta”, diz o texto.
Vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Museu Nacional vem se reconstruindo desde o grave incêndio ocorrido em sua sede em 2018. Segundo a instituição, essa pesquisa inédita chega em um momento oportuno e reforça sua capacidade de produção Ciência. vanguarda e qualidade. Os resultados do estudo também foram publicados na PeerJ, uma revista científica internacional com foco nas ciências biológicas e médicas.
FONTE: Agência Brasil