Parlamento do Mali aprova plano de transição democrática de cinco anos | Notícias políticas

O parlamento interino de 121 assentos dominado pelo exército votou para permitir que o governo militar governe por até cinco anos.

Os legisladores do Mali aprovaram na segunda-feira um plano que permite ao governo militar governar por até cinco anos, disseram jornalistas da AFP, apesar das sanções regionais impostas ao país devido ao atraso nas eleições.

A legislatura dominada pelos militares também decidiu que o presidente interino do país não pode concorrer a uma futura eleição democrática, como parte do mesmo projeto de lei.

Depois de encenar um golpe no empobrecido estado do Sahel em agosto de 2020, os governantes militares do Mali prometeram inicialmente realizar uma votação em fevereiro de 2022.

Mas em dezembro do ano passado, o governo militar propôs permanecer no poder entre seis meses e cinco anos, citando preocupações de segurança.

Em resposta, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) impôs no mês passado um embargo comercial e fechou suas fronteiras com o Mali. O bloco descreveu a duração potencial da transição como inaceitável.

Membros do Conselho Nacional de Transição (NTC) aplaudem de pé o presidente militar e representante da junta Malick Diaw em BamakoMembros do Conselho Nacional de Transição aplaudem de pé o presidente militar e representante do governo militar, Malick Diaw, em Bamako, em 21 de fevereiro de 2022. [Florent Vergnes/AFP]

Na segunda-feira, 120 membros do parlamento interino de 121 assentos do Mali, chamado Conselho Nacional de Transição, votaram para permitir que o governo militar governasse por até cinco anos.

Ele também votou para proibir o presidente interino de concorrer em futuras eleições.

Dos deputados que participaram da votação, nenhum votou contra o projeto ou se absteve, disseram os jornalistas da AFP presentes.

Retirada das tropas francesas

O projeto de lei não menciona o nome do presidente interino do Mali, coronel Assimi Goita, deixando em aberto a possibilidade de que ele possa concorrer se renunciar antes de uma futura eleição.

O projeto de lei também não menciona quando uma futura eleição poderá ser realizada.

Goita prometeu restaurar o governo civil, mas se recusou a se comprometer com uma data.

As tensões com o governo militar contribuíram para o anúncio da França na semana passada de que retiraria do Mali suas tropas, que estão mobilizadas sob a força de Barkhane para combater grupos armados no Sahel.

A nação sem litoral de 21 milhões de pessoas tem lutado para conter uma brutal rebelião armada que eclodiu em 2012, antes de se espalhar três anos depois para os vizinhos Burkina Faso e Níger.

Em toda a região, milhares de soldados e civis foram mortos e dois milhões de pessoas foram deslocadas pelo conflito, do qual Mali continua sendo o epicentro.

Na segunda-feira, a CEDEAO afirmou que seu mediador para o Mali, o ex-presidente nigeriano Goodluck Jonathan, visitará a capital Bamako na quinta-feira.

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