Pagamento por serviços ambientais pode ajudar a proteger as florestas brasileiras

PES agora são considerados pagamentos diretos aos produtores que não desmatam suas propriedades; melhorias sociais para as comunidades; pagamentos por certificados de redução de emissões de gases de efeito estufa; e títulos verdes, entre outros.

É importante observar que a nova lei cria um registro nacional de PSA, que conterá e disponibilizará ao público os contratos e o andamento de todas as iniciativas em nível nacional.

“O cadastro é muito relevante, pois vai dar transparência, publicidade e acesso às informações desse instrumento”, afirma Jodas. “Temos uma grande carência de dados sobre esses tipos de projetos aqui no Brasil”.

A China será um grande impulsionador do alinhamento da agenda ambiental sob a perspectiva de não desmatamento e redução da pegada hídrica.

No entanto, alguns aspectos da nova legislação precisam ser melhorados. Jodas diz que um dos grandes gargalos dos projetos de PSA é sua sustentabilidade financeira. Muitos projetos que haviam impulsionado os esforços de preservação da água e da floresta foram encerrados por falta de fundos.

“Não conseguiu criar um fundo nacional para pagamentos por serviços ambientais”, disse Jodas.

PES é uma boa estratégia de preservação das florestas, mas não pode ser pensada de forma isolada, segundo Viani, da UFSCar. “É um instrumento econômico que em geral é complementar a outros já existentes, como leis e requisitos legais de conservação e restauração. Ambos devem andar de mãos dadas ”, diz ele.

Um ponto polêmico é que o novo marco regulatório permite o pagamento pela preservação de áreas já protegidas por lei e onde o desmatamento é ilegal. “No campo do direito, sempre se questionou se poderíamos pagar pelo cumprimento de um dever jurídico, [something] isso já é obrigatório ”, diz Jodas.

Com a maior área de florestas tropicais e o maior biodiversidade no mundo, o Brasil pode servir de laboratório para outras nações. “Existem projetos que já demonstraram a viabilidade do PSA no país e seus aprendizados repercutiram em todo o mundo. Agora temos que ampliar, compreender e replicar essas iniciativas de sucesso”, afirma Viani.

Zerbini, da TFA, acrescenta que a COP15 em Kunming é uma oportunidade para a China apresentar seu progresso no PSA. Como hospedeiro, tem grande potencial para avançar a agenda de PSA no cenário mundial: “Acredito que a China será um grande promotor do alinhamento da agenda ambiental na perspectiva de não desmatamento e redução da pegada hídrica”.

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