No final deste mês, mais pessoas no Espírito Santo terão o direito de fazer o teste do novo coronavírus por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O Departamento de Saúde do Estado (Sesa) pretende expandir a aplicação de testes de biologia molecular, o RT-PCR, considerado o padrão-ouro para encontrar o covid-19. A lista inclui, por exemplo, pessoas com mais de 40 anos e sintomas semelhantes aos da gripe e também pessoas com comorbidades, independentemente da idade.
As informações são do subsecretário de Vigilância Sanitária do Estado, Luiz Carlos Reblin, que na última segunda-feira (03) deu uma entrevista à rádio Pan News Vitória. A decisão de expandir os testes, segundo o subsecretário, levou em consideração a estabilização do número de novos casos de covid-19 no Espírito Santo.
“Começaremos a avaliar todas as pessoas que têm alguma comorbidade significativa para esta doença, independentemente da idade. Não consideraremos mais a idade. E pessoas com mais de 40 anos, com sintomas, em breve começarão a analisar esse grupo”, enfatizou Reblin durante a entrevista.
Atualmente, pessoas com 45 anos ou mais de idade com comorbidades estão sendo avaliadas pelo sistema público de saúde estadual, além de idosos, gestantes, dentre outros grupos considerados mais vulneráveis à covid-19. Segundo a Sesa, até o momento 183.401 testes foram realizados no Espírito Santo desde o início da pandemia.
A médica em epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, disse que aprova a mudança nos critérios. No entanto, ele diz que os testes deveriam ter sido adotados, desde o início da disseminação do novo coronavírus, para todas as pessoas com sintomas da doença.
“Desde o início, a recomendação é testar e isolar. Mas, infelizmente, tivemos vários municípios que investiram em medicamentos que não possuem evidências científicas e, neste momento, o importante é o investimento financeiro em testes e permitindo o isolamento de pessoas” , Destacou o epidemiologista.
O professor estima que o Espírito Santo retorne à fase de transmissão local da covid-19 em setembro. É a fase em que é possível identificar onde cada nova infecção começou. Segundo Luiz Carlos Reblin, a Secretaria de Estado da Saúde já está se preparando para esse momento.
“Teremos que retomar os testes, tanto da pessoa que tem sintomas quanto de seus contatos, para conter a doença naquele grupo familiar, naquele grupo de trabalho, em uma instituição de ensino. É como se voltássemos à fase de transmissão local. ” E, para isso, teremos que expandir os testes em grupos diferentes dos atuais, e já forneceremos essa mudança “, afirmou o subsecretário, durante a entrevista ao Pan News Vitória.
“Quando você faz o teste, tem mais chances de se isolar, porque a pessoa sabe que é positiva. Eles aderem mais a esse isolamento, especialmente as pessoas que têm atividades informais, que dependem de sair para trabalhar para viver. Então essas pessoas , sem um teste, é muito difícil para você cumprir esse isolamento ou para o empregador entender que você não pode ir. Portanto, essa extensão do teste é importante, mas seria importante para ela contrair toda a gripe “, afirmou Ethel Maciel .
Com informações da repórter Fernanda Batista, da TV Vitória / Record TV