Entre 2019 e 2020, a situação não foi diferente, apesar das expectativas sobre o futuro dos investimentos chineses no Brasil sob Jair Bolsonaro. O presidente expressou relutância em firmar parcerias com a China e até recuperado que os chineses estariam “comprando o Brasil”. Apesar disso, o que você viu em termos práticos Foi um movimento com mais continuidade do que interrupções.
Em 2019, os dois países restabeleceram a Comissão de Alto Nível Sino-Brasileiro de Consulta e Cooperação (COSBAN), liderada pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Além disso, os presidentes Bolsonaro e Xi Jinping trocaram visitas de estado, destacando a lacuna entre o discurso crítico do primeiro e as realidades de um diálogo bilateral duradouro.
Naquele ano, o valor dos investimentos chineses confirmados no Brasil cresceu 117%, somando US $ 7,3 bilhões. Isso ocorreu apesar de uma queda de 8,2% no investimento estrangeiro direto da China em todo o mundo no mesmo período. Pela primeira vez, o Nordeste do Brasil atraiu mais projetos chineses de todas as regiões – 34% do total – e mais aportes, com mais da metade do capital investido.
2020
viu queda de 74% no investimento chinês no Brasil
Em 2020, os investimentos chineses caíram 74%, para US $ 1,9 bilhão, o menor valor desde 2014. Esse cenário menos dinâmico não era incompatível com os investimentos em todo o mundo. Ele refletiu os desafios da pandemia Covid-19. De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, o investimento estrangeiro global atingiu US $ 1 trilhão em 2020, uma queda de 35% em relação ao ano anterior e quase 20% menor do que o registrado após a crise financeira global. 2009. O Brasil experimentou um 50% queda do investimento estrangeiro, segundo dados do Banco Central.
É fundamental que os governos, o setor privado e a academia continuem a buscar compreender a ascensão da China em todo o mundo.
Apesar dos altos e baixos ocasionais nas negociações, o mais importante a se entender é a natureza de longo prazo dos investimentos chineses no Brasil. O desenvolvimento de projetos não só cria empregos no país, mesmo em regiões distantes dos grandes centros urbanos, mas também moderniza a infraestrutura, estimula a economia e cria conectividade entre as indústrias.
Para que o Brasil maximize seus lucros atraindo novos projetos chineses, é fundamental que governos, setor privado e academia continuem buscando entender a ascensão da China no mundo, não apenas como um investidor capaz de aportar grandes volumes de capital, mas também como uma potência tecnológica. Na relação sino-brasileira, ainda há potencial para ir além dos setores já consolidados, com cooperação, por exemplo, em portos, transporte e logística, bem como nas novas fronteiras da tecnologia da informação.