Na semana passada, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes anunciou a proibição do Telegram no Brasil, mas rapidamente recuou quando a empresa de mensagens prometeu cumprir as decisões judiciais a partir de agora. O Telegram nomeou um representante legal no Brasil e anunciou medidas para coibir a desinformação.
Isso foi muito mais do que uma proibição do aplicativo de mensagens, os tribunais brasileiros queriam traçar uma linha vermelha na areia, que o Telegram não deveria cruzar. Esta semana, estamos falando sobre o que a decisão significa, tanto legal quanto politicamente.
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Convidado:
- marcela mattiuzzo é advogado especializado em direito concorrencial e proteção de dados do VMCA Advogados, escritório de advocacia sediado em São Paulo. Anteriormente, ela trabalhou como chefe de gabinete do Cade, regulador antitruste do Brasil, tem mestrado em direito pela Universidade de São Paulo e foi professora visitante na Yale Law School.
- Beatriz Rei escrever uma coluna bimestral para O relatório brasileiro. Ele é Visiting Fellow do SNF Agora na Johns Hopkins University e membro do Congresso da APSA (2021-2022), com Ph.D. em ciência política pela Syracuse University, bem como mestrado em ciência política pela University of North Carolina em Chapel Hill.
Este episódio usou música de Uppbeat. Códigos de licença: ES14JTAF5GWCQUSV, JSJVC1AS6ZQJ0FOP, SMFEGOUD3FIFCCKU.
Leitura de fundo:
- Lembre-se do que aconteceu na semana passada, quando o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes proibiu o Telegram no Brasil, mas rapidamente reverteu sua decisão.
- As autoridades eleitorais acreditam que o Telegram é uma das maiores ameaças às próximas eleições no Brasil. Quando o WhatsApp impôs restrições às mensagens em massa, o Telegram tornou-se o aplicativo de referência para a divulgação de conteúdo político, principalmente entre a extrema direita.
- Os tribunais eleitorais se uniram a gigantes da mídia social para combater a desinformação antes das eleições (a lista deve incluir em breve o Telegram). Mas as plataformas renderam muito pouco.
- Os dados mostram que os brasileiros percebem a disseminação de desinformação como um problema, mas tendem a subestimar o próprio risco pessoal de cair em fake news. O problema? Aqueles com maior confiança em seus poderes de discernimento podem estar em maior risco de cair nas notícias falsas.
- A supervisão do Congresso forçou os principais tribunais do Brasil a tentar controlar o presidente de extrema direita por conta própria; o caso do Telegram é um excelente exemplo. Embora momentaneamente positivo, isso pode ser prejudicial a longo prazo, escreve Beatriz Rey.
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