ELE PicPay, um aplicativo de pagamentos digitais do Espírito Santo, mudou de presidente. Gueitiro Genso, que estava no cargo há um ano, passou a presidência na última sexta-feira (31) para José Antônio Batista da Costa, herdeiro da JBS. Atualmente, a Fintech é controlada pelo Banco Original, que pertence ao mesmo grupo que controla o matadouro.
Segundo comunicado da empresa, Gueitiro permanecerá no Conselho de Administração da empresa. O novo presidente é neto de Zé Mineiro, patriarca da JBS.
“José Antônio assume um duplo desafio: manter o crescimento alcançado na gestão da Gueitiro e expandir ainda mais a gama de serviços oferecidos a esses novos usuários que ingressaram no universo de pagamentos digitais no Brasil”, diz Anderson Chamon, fundador e chefe de tecnologia e produtos da empresa.
Em um concerto promovido pela Exame, Gueitiro declarou que a pandemia do novo coronavírus Isso acelerou o crescimento da empresa, alcançando públicos que poderiam levar mais tempo para aprender sobre esse tipo de tecnologia.
Ele também observou que o PicPay busca parcerias com bancos e varejistas para expandir suas operações para os mais variados setores econômicos.
A mudança na direção da fintech coincide com um período de transformação no setor de pagamentos digitais, alimentado pela popularização do uso de telefones celulares em transações financeiras durante a pandemia de Covid-19.
“Este mercado está em pleno andamento. É um mercado novo para todos e mudará o mercado financeiro como um todo. O que aprendemos sobre banco, cheque, cartão, TED, DOC, tudo isso desaparecerá à medida que o plugue do telefone desaparecer”. “, analisa o doutor em Controladoria e Contabilidade e co-fundador da Fucape, Aridelmo Teixeira.
Segundo ele, a pandemia acelerou o uso de tecnologias para solucionar os mais diversos problemas. Essa adoção em “tempos normais” poderia levar entre quatro e cinco anos. “A pandemia forçou esse processo em todos os segmentos, não apenas no setor bancário. Ninguém concordou em ser consultado por um médico on-line. A pandemia nos forçou e todos vimos que isso é possível”, diz ele.
Pedro Eroles, especialista em direito bancário, pagamentos e tecnologia financeira do FAS Advogados, acrescenta que o Banco Central está desempenhando um papel fundamental no apoio a essas inovações no setor financeiro catalisadas pela crise do coronavírus.
Ele acredita que, nesse contexto, deve haver uma diversificação dos serviços prestados pelas startups financeiras e até pelas empresas de varejo. “Essas entidades já estavam começando a diversificar. Hoje, o Nubank tem financiamento, possui uma série de outros produtos, como o Picpay. Não há mais modelos herméticos, temos modelos diversificados. A tendência é a mesma”, afirma.