São Paulo, Brasil, 18 de maio de 2020 – O lendário líbero Sergio Santos anunciou o fim da carreira de jogador neste final de semana. A temporada 2019-2020 da Superliga Brasileira será a última para o brasileiro de 44 anos, mais conhecido como Serginho.
O veterano líbero vestiu a camisa da seleção brasileira pelos melhores dos 15 anos entre 2001 e 2016 e acumulou um impressionante acervo de medalhas e troféus com a equipe. Serginho ganhou dois Campeonatos Mundiais de Voleibol FIVB (2002 e 2006), duas Copas Mundiais de Voleibol FIVB (2003, 2007) e sete medalhas de ouro na Liga Mundial de Voleibol FIVB (2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007 e 2009). Foi o Jogador Mais Valioso da Liga Mundial de 2009, tornando-se o primeiro Libero a receber a homenagem.
Apenas suas conquistas olímpicas colocam Serginho em uma classe de jogador muito especial. Eles incluem medalhas de ouro nos Jogos Atenas 2004 e Rio 2016 e medalhas de prata em Pequim 2008 e Londres 2012. O Libero é um dos três jogadores masculinos a conquistar quatro medalhas olímpicas. O italiano Samuele Papi (prata em Atlanta 1996 e Atenas 2004 e bronze em Sydney 2000 e Londres 2012) e o russo Sergey Tetyukhin (ouro em Londres 2012, prata em Sydney 2000 e bronze em Atenas 2004 e Pequim 2008) são os outros dois.
Serginho é o único homem a ter disputado quatro finais olímpicas consecutivas e suas quatro medalhas são as maiores que um atleta de esportes coletivos já conquistou pelo Brasil. Pouco depois de ser nomeado MVP do Torneio Olímpico do Rio, Serginho teve sua partida de despedida com a seleção nacional, que atraiu 35 mil torcedores ao estádio.
“Venho tentando achar uma maneira de deixar o esporte desde as Olimpíadas do Rio, mas as pessoas não deixaram”, brincou. “A cada temporada um novo desafio surgia e sempre fui um cara que aceita todos os desafios que aparecem no meu caminho. Agora acho que é a hora certa e posso olhar para a minha carreira e me sentir extremamente feliz com isso. Cada escavação, cada recepção, cada viagem, cada torneio, ganho ou perdido, valeu a pena. “
Serginho está no pódio dos Jogos Olímpicos Rio 2016 com os levantadores William Arjona (à esquerda) e Lipe Fonteles (à direita)
Após conquistar seu segundo título olímpico, Serginho continuou a jogar em nível de clubes no Brasil. Sua última parada foi no Pacaembu / Ribeirão Preto, um dos seis clubes que disputou em seu país. Serginho também passou quatro anos na Itália entre 2004 e 2008, quando jogou no Voleibol Piacenza. Entre seus resultados mais importantes estão o título da Copa CEV 2005-2006 e a medalha de prata da Liga dos Campeões Europeus 2007-2008 para Piacenza e a vitória da Superliga 2010-2011 para o Sesi São Paulo.
Serginho, o último integrante da Seleção Brasileira de 2004 a anunciar sua aposentadoria, quer passar um tempo em sua fazenda, onde guarda outra de suas paixões: os cavalos. O lendário zagueiro, porém, busca manter laços estreitos com o vôlei.
“O voleibol é tudo o que conheço em toda a minha vida”, acrescentou. “Então, de uma forma ou de outra, tenho certeza que o esporte sempre fará parte da minha vida. Se há uma coisa que eu realmente não quero é morrer com todo o conhecimento que adquiri ao longo da minha carreira. Então, vou encontrar uma maneira de passar isso, seja treinando as crianças, como comentarista de TV ou apenas ajudando a seleção nacional. “
O líbero já começou a fazer isso por meio de seu Instituto Serginho 10, que apresenta ao esporte crianças de áreas carentes de São Paulo e que funciona desde abril de 2019.
A mensagem final do líbero aos torcedores e aos que lhe enviaram milhares de mensagens após o anúncio da aposentadoria resumiu a paixão pelo esporte que sempre exibiu na quadra.
“Se alguém quiser se lembrar da minha carreira e honrá-la, basta ir a uma quadra e jogar vôlei.”
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