O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, expressou nesta segunda-feira (16) a confiança de que os Jogos de Tóquio serão realizados com sucesso no próximo ano, permitindo inclusive a presença do público, enquanto o mundo cuida de um aumento acentuado nas infecções pelo novo coronavírus (covid-19).
A visita de dois dias de Bach a Tóquio deve impulsionar os esforços do Japão para sediar as Olimpíadas, mas não fará muito para acalmar os temores de um público profundamente preocupado com a disseminação do vírus.
O presidente do COI passou o dia com os organizadores de Tóquio 2020 discutindo como organizar o gigantesco evento esportivo durante uma pandemia sem precedentes e garantir a segurança de mais de 11.000 atletas internacionais. A visita é a primeira de Bach à capital japonesa desde março, quando ele e o então primeiro-ministro Shinzo Abe decidiram adiar os Jogos para o próximo ano.
Também na segunda-feira, Bach cumprimentou o novo primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, e disse ao governador de Tóquio, Yuriko Koike, que eles podem acreditar que uma vacina estará disponível no próximo verão. O COI trabalhará para garantir que tanto os participantes quanto os visitantes sejam vacinados antes de chegar ao Japão, acrescentou.
“Para proteger o povo japonês, e em respeito ao povo japonês, o COI fará todos os esforços para garantir que … os participantes e visitantes dos Jogos Olímpicos cheguem aqui vacinados se, até então, houver uma vacina disponível”, afirmou.
Mas depois, em entrevista coletiva, Bach disse que não tornaria a vacinação uma exigência para os participantes dos Jogos. Notícias de uma vacina possivelmente eficaz da Pfizer aumentaram a esperança para os Jogos, mas a opinião pública japonesa continua dividida. Quase 60% dos que responderam a uma pesquisa conduzida pela televisão Asahi em novembro disseram que o evento deveria ser adiado novamente ou cancelado.
Depois de conhecer Koike, Bach abordou um punhado de manifestantes carregando cartazes e usando alto-falantes para enfatizar sua demanda pelo cancelamento das Olimpíadas.
“Você quer falar ou gritar?”, Perguntou ele, enquanto os seguranças se interpunham entre ele e um dos manifestantes, mas a oferta de diálogo foi recusada, disse Bach na entrevista coletiva.
* Reportagem adicional de Mari Saito, Issei Kato e Sakura Murakami