O arquiteto André Piva, 52 anos, morre no Rio de Janeiro.

André Piva, arquiteto brasileiro, morreu na última quarta-feira (5). Ele sofria de leucemia linfocítica aguda e o enterro ocorrerá na sexta-feira. A cerimônia será reservada para a família, que pede a compreensão de todos para evitar as multidões.

Nascido em Caxias do Sul em 1968, foi para a Universidade de Brasília antes de se estabelecer no Rio e se formou na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1990. Ele abriu um escritório com seu nome, trabalhando em projetos comerciais e residenciais no Brasil e no exterior. no exterior, em 1995. “Penso em arquitetura pelo uso de seus espaços vazios, seu envolvimento com o meio ambiente, busco conforto físico, mas também estética visual. O projeto é único e o resultado da sinergia entre os profissional e cliente “, escreveu em seu site. Ele era irmão do ator Guilherme Piva e casou com o estilista Carlos Tufvesson.

Arquiteto ativo da cidade, foi responsável pela revitalização do Cinema Leblon, um dos espaços culturais mais emblemáticos da Zona Sul. Recentemente, além de assinar o projeto do restaurante de Malta, no Jardim Botânico, ele também se tornou sócio da empresa. Uma de suas criações mais bem-sucedidas, concluída em 2000, é a casa onde ele morava, em Lagoa, um projeto arrojado e altamente elogiado por colegas e mídia especializada. A receptividade desse trabalho foi o que o levou a investir mais tempo em obras residenciais. Além de sua presença no Rio e São Paulo, André colecionou obras em Portugal, Israel e Angola.

Suas propostas de design de interiores foram bem-sucedidas na Casa Cor Rio, exposição na qual teve nove participações desde 2002. Em 2017, lançou o livro “André Piva Arquitetura”, encontro com seus melhores trabalhos. Lá, ele descreve sua arquitetura como “artesanal, permitindo a obra de um autor” e ainda lista Mies van der Rohe, Alvar Aalto e Richard Neutra como inspiração. “É uma perda na lista de arquitetos do Rio de Janeiro que projetam para todo o Brasil. André trouxe uma sacola arquitetônica, não proveniente de decoração. Sua noção de interior era muito bem pensada. Ele sempre foi brilhante e uma pessoa incrível”, diz Patricia. Mayer, organizador da Casa Cor.

Com vasta experiência em causas sociais, o gaúcho foi um dos líderes da campanha “Together We Are +”, organizada por designers e arquitetos para coletar doações de alimentos e materiais de higiene para famílias vulneráveis ​​durante a pandemia de Covid-19. Em 2019, ele foi responsável por redesenhar centros de atendimento LGBT no estado do Rio.

O arquiteto Miguel Pinto Guimarães, entusiasmado com o trabalho de André, destaca a ética de seu colega. “Já perdi alguns projetos para ele, ganhei outros, mas sempre conversamos, nos divertimos e, principalmente, colaboramos”, diz Miguel. “Ele deixa um trabalho admirável como legado. Destaco o Blue Diamond, em Lagoa, um dos mais belos edifícios residenciais da cidade e um marco da retomada do mercado imobiliário por bons arquitetos. E também sua própria residência, que ele construiu em conjunto. com o marido, Carlos, palco de festas memoráveis. Seu trabalho é um símbolo de amor, liberdade e beleza “.

União icônica

Apesar de o Supremo Tribunal Federal ter decidido a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo em outubro de 2011, André e Carlos, dois dos ativistas LGBTI mais ativos da cidade, não conseguiram legalizar o sindicato no Rio de Janeiro no mês seguinte. . O caso foi para o STF e a certidão de casamento final foi publicada apenas em setembro de 2013.

Naquela época, Tufvesson, então coordenador de Diversidade Sexual na cidade do Rio, foi às mídias sociais para celebrar a união que foi um marco na luta LGBTI na cidade: “Sim … nos casamos. Hoje, depois 17 anos de luta, para não aceitar que meu relacionamento amoroso, reconhecido como tal por minha família e amigos, foi reconhecido pelo que realmente é: um casamento. Foi finalmente reconhecido sob as leis de nosso país. Vou dormir animado para imaginar como o verde e o amarelo da nossa bandeira têm as mesmas cores para nós ”.

O arquiteto André Piva, 52 anos, morre no Rio de Janeiro.
Carlos Tufvesson e André Piva no Prêmio Faz Diferença 2018 Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo

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