Pelo menos nove países desenvolvendo um vacina para o coronavírus O Sars-Cov-2 já está sendo testado em seres humanos, de acordo com a atualização mais recente da Organização Mundial da Saúde (Who) Mas apenas o Reino Unido, a China e os Estados Unidos atingiram a terceira e última fase.
Segundo a agência de saúde da ONU, nesta segunda-feira (27), existem 164 investigações em andamento. Desses, 25 já estão na fase clínica, mas apenas cinco estão na Fase 3. Somente após este teste, em um número maior de participantes, é que uma vacina pode ou não ser licenciada e liberada para comercialização, ver o que são:
Além desses países, a Índia é responsável por mais três candidatos nas fases 1 e 2. A Austrália e a Alemanha têm mais duas vacinas promissoras, mesmo nos estágios iniciais dos testes, assim como a Rússia e o Japão, com uma cada uma, de acordo com a OMS. . .
Há também mais dois estudos realizados em cooperação internacional, com mais de um país responsável pela imunização, liderado pelo Instituto Internacional de Vacinas, sediado na Coréia do Sul, mas organizado pela ONU.
Duas das vacinas mais avançadas são testadas no Brasil, a vacina inglesa da Universidade de Oxford e a vacina chinesa Sinovac. O primeiro é feito usando uma tecnologia conhecida como vetor viral recombinante. É produzido a partir de uma versão enfraquecida de um adenovírus (que causa resfriado nos chimpanzés).
O material genético utilizado na produção da proteína “spike” Sars-Cov-2 (usada para invadir as células) foi adicionado a este imunizador, induzindo anticorpos. A vacina foi considerada segura e as principais reações são inchaço ao redor da injeção, febre, dor muscular, que são esperadas para vacinas virais.
Cientistas de Oxford relatam vacina segura e resposta imunológica
O concorrente chinês usa o vírus Sars-Cov-2 inativado (vírus morto ou partes dele), que é o mesmo princípio que as vacinas contra hepatite e influenza (gripe). Nesses casos, há um risco menor, porque o vírus não pode se replicar no organismo.
Implanta um tipo de memória celular responsável por ativar a imunidade daqueles que são vacinados. Quando entra em contato com o coronavírus ativo, o corpo já está preparado para induzir uma resposta imune.
Etapas para produzir uma vacina
Leva tempo para produzir uma vacina. A mais desenvolvida até o momento foi a vacina contra caxumba, que levou cerca de quatro anos para obter a licença e ser distribuída à população.
A injeção com a vacina teste de coronavírus é aplicada na Alemanha – Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters / Archive
Antes de iniciar os testes em voluntários, a imunização passa por várias fases de experimentação pré-clínica (em laboratório e com porquinhos da índia). Somente após a avaliação de sua segurança e eficácia, começam os testes em humanos, a chamada fase clínica, que são três:
- Fase 1: é uma avaliação preliminar da segurança do imunizador, realizada com um pequeno número de voluntários adultos saudáveis que são monitorados de perto. É neste momento que o tipo de resposta que o agente imunizante produz no corpo é compreendido. É aplicado a dezenas de participantes no experimento.
- Fase 2: Na segunda fase, o estudo clínico é ampliado e conta com centenas de voluntários. A vacina é administrada a pessoas com características (como idade e saúde física) semelhantes àquelas para as quais a nova vacina é destinada. Nesta fase, são avaliadas a segurança, a imunogenicidade (ou capacidade de proteção), a dose e a forma como deve ser administrada.
- Fase 3: Ensaio em larga escala (com milhares de pessoas) que precisa fornecer uma avaliação definitiva de sua eficácia e segurança em populações maiores. Além disso, foi projetado para prever eventos adversos e garantir a durabilidade da proteção. Somente após esta fase é possível fazer um registro de saúde.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a realização de um ensaio clínico no Brasil, é necessária a aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. Os centros de pesquisa recrutam voluntários.