O governo deve emitir uma nova medida provisória (MP) para o setor elétrico nos próximos dias. Mais ampla que a MP 950, que isentava famílias de baixa renda do pagamento de sua conta de luz durante a pandemia covid-19 e que expirou na semana passada, a proposta visa direcionar recursos para reduzir aumentos de tarifas e reduzir custos de energia dos consumidores das regiões Norte e Nordeste.
ELE Status Ele concluiu que o texto deveria destinar recursos pagos por distribuidoras, transmissoras e geradoras que iriam para programas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Eficiência Energética para reduzir as tarifas de energia aos consumidores. O volume está estimado em R $ 3 bilhões a R $ 4 bilhões e será aplicado no fundo setorial Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que abrange diversos incentivos e políticas públicas, desde descontos para clientes de baixa renda ao programa federal da universalização Light. Para todos.
Ao contrário de outras taxas cobradas pelo governo, 40% das taxas de P&D permanecem no caixa das empresas até que os projetos sejam aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No caso da eficiência energética, 80% está em mãos de empresas e 20% é destinado ao Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
É essa parcela, ainda não aplicada em empreendimentos e que está no caixa das empresas, que será utilizada para redução de taxas. Os valores disponíveis serão calculados pelo órgão regulador e os projetos já contratados serão mantidos. O excedente será utilizado para as taxas até que seja feito o download da operação de resgate para as distribuidoras, conhecida como conta COVID.
Na tentativa de evitar que outro deputado voltado para o setor perca validade no Congresso por não ser votado, o governo quer piscar para os parlamentares do Norte e Nordeste e beneficiar os consumidores dessas regiões.
Entre as possibilidades em análise está a redução da cota CDE (tarifa relativa aos subsídios incorporados na conta de luz) para os consumidores das concessionárias do Acre e de Rondônia. Esses consumidores hoje pagam mais que os de outros estados do Norte por estarem conectados à região elétrica Sudeste / Centro-Oeste, com percentuais maiores.
O governo também estuda eliminar a obrigação dos consumidores das seis distribuidoras privatizadas em 2018 de pagar o empréstimo que financiou a operação dessas empresas durante o período de designação, entre julho de 2016, quando a Eletrobrás decidiu não renovar as concessões. e a efetiva venda de distribuidores.
No período de designação, os custos dessas empresas – no Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Alagoas e Piauí – foram pagos com empréstimo de R $ 6,5 bilhões, com recursos de fundo setorial captado por meio do conta de energia elétrica. de todos os consumidores do país.
De acordo com o edital de privatização dessas empresas, o dinheiro seria pago pelos consumidores locais em 20 anos a partir do quinto ano de privatização, na forma de aumento de taxas. Ou seja, a arrecadação começaria em 2023. Agora, o governo avalia dispensar essa obrigação.
Outra possibilidade é que o dinheiro do CDE (fornecido por todos os consumidores) seja utilizado para pagar, ao invés dos clientes desses Estados, os investimentos dessas empresas que ainda não foram pagos. O retorno desses investimentos tem o potencial de elevar as taxas de algumas distribuidoras em até 20%.
Também está sendo avaliado o aumento do limite de ressarcimento do custo das termelétricas que abastecem os sistemas isolados da Região Norte. Essa despesa é coberta com recursos do fundo setorial pagos pelos consumidores de todo o país, ou seja, o benefício para o Norte será um ônus para as demais regiões.
Angra 3
O governo ainda analisa se incluirá questões relacionadas à Usina Nuclear Angra 3 no MP, mas não há consenso. O Governo Federal está avaliando a concessão do prazo de concessão da usina de 40 anos, prorrogáveis por mais 20 anos, estabelecendo cronograma e condições para a comercialização da energia – inclusive preço – e permitindo a rescisão, gratuitamente, dos atuais contratos de energia. cópia de segurança. . Há também a possibilidade de estender o programa Renuclear até 2025, que estabelece incentivos fiscais para o setor.
Estudos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) indicam que é possível obter empréstimos bancários para financiar a continuidade das obras da usina, desde que o preço de referência da energia em Angra 3 seja fixado em R $ 480 na megawatt-hora (MWh), a ser oficializado como tarifa. Assim que os obstáculos da construção fossem superados, o projeto se tornaria um gerador de caixa de baixo risco. O custo para concluí-lo foi estimado em R $ 15 bilhões, mas deve ser recalculado.
A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.