Nova máscara fabricada no Brasil promete mais segurança contra o coronavírus 22/04/2020

A startup de São Paulo Nanox desenvolvido em colaboração com a indústria de plásticos Elka uma máscara reutilizável que promete fornecer um nível mais alto de proteção contra a contaminação pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2.

A máscara é feita com um polímero flexível semelhante a borracha que pode ser moldado nos contornos da face e com micropartículas à base de prata e sílica incorporadas na superfície do material.

Desenvolvido através de projetos apoiados pelo Tubo (Programa Fapesp Pesquisa Inovadora em Pequenas Empresas), as partículas têm propriedades antimicrobianas.

“As micropartículas de prata e sílica aumentam o nível de proteção, impedindo a presença de fungos e bactérias na máscara, o que pode facilitar a adesão e a proliferação do novo coronavírus na superfície dos materiais”, diz ele à Agência Fapesp. Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox.

Para garantir proteção contra o SARS-CoV-2, a máscara é completamente esterilizável lavando-a com sabão e água antes e após o uso.

Para proteger o trato respiratório, o equipamento de proteção individual possui dois filtros descartáveis ​​do tipo PFF2, semelhantes ao tipo N95, presentes nas máscaras utilizadas hoje pelos profissionais de saúde.

Os filtros são inseridos nos respiradores nas laterais da máscara e protegidos com tampas, o que evita o contato físico e a contaminação pelo contato direto com as mãos.

Simões compara que a quantidade de material necessário para produzir os filtros também é muito menor do que a usada para produzir máscaras convencionais.

“Os serviços de saúde devem estabelecer a hora de substituir os filtros”, reflete.

Segundo Simões, os filtros de máscara atendem aos requisitos dos fornecedores de matérias-primas presentes em produtos absorventes descartáveis ​​para uso externo, estabelecidos no RDC 142 Ministério da Saúde.

O material também foi submetido a testes de eficiência de filtração bacteriológica (BFE), que determinam a eficiência da filtração bacteriana de um produto, atingindo o valor mínimo de 95% exigido pela regulamentação técnica para máscaras respiratórias do tipo N95.

“O objetivo é obter posteriormente a certificação do material como PFF2, equivalente ao N95. Mas o produto agora pode ser comercializado porque, devido à pandemia do novo coronavírus, a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] relaxou as regras para a fabricação de alguns produtos destinados a combater o COVID-19. Isso possibilitou à Elka fabricar as máscaras “, explica Simões.

Inicialmente, serão produzidas 200.000 máscaras, cujo custo unitário é estimado entre R $ 20 e R $ 30. As primeiras unidades devem ser entregues no início de maio.

A Elka pretende doar até 10% da produção para instituições de saúde.

“Recebemos seis pedidos antes do lançamento oficial do produto. A idéia é atender inicialmente o mercado nacional e que a máscara possa ser usada não apenas por profissionais de saúde que estão na primeira linha de atendimento de pacientes com COVID-19, mas por a população em geral “, diz Simões.

O pesquisador ressalta que, embora as micropartículas de prata e sílica produzidas já tenham demonstrado ação contra alguns tipos de vírus, ainda não há evidências de que sejam capazes de eliminar diretamente o novo coronavírus.

“As micropartículas têm potencial para agir contra o coronavírus. Mas pretendemos realizar testes para testar essa hipótese”, diz ele.

Ligação

Nanox e Elka se conheceram no International Entrepreneurship Center (IEC), um acelerador de negócios localizado em Boston, Estados Unidos, onde a Nanox tem uma filial.

A fabricante de brinquedos Elka estava procurando uma maneira de usar uma parte ociosa de sua planta de moldagem por injeção para desenvolver um produto destinado a ajudar a combater o COVID-19 e aprendeu com a IEC sobre as soluções desenvolvidas pela Nanox.

Comunicado de imprensa / Naxon
Imagem: Divulgação / Naxon

Cisão Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), localizada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Nanox foi criada em 2004.

No ano seguinte, a empresa apresentou à Pipe-Fapesp o primeiro projeto para o desenvolvimento de tecnologia de deposição de nanopartículas de prata em filmes cerâmicos e materiais metálicos, conferindo propriedades anti-abrasivas e bactericidas.

Em 2011, com o produto pronto para o mercado, a empresa obteve recursos de Programa Pappe / Pipe – parceria entre a Fapesp e o Financiador de Pesquisa e Inovação (Finep) – para ampliar a produção de partículas antimicrobianas nanoestruturadas.

Em 2015, a Pipe-Fapesp apoiou um novo projeto da empresa, o desenvolvimento da aplicação de materiais fungicidas nanoestruturados.

Nessa trajetória, a Nanox recebeu recursos do Novarum Fund (Jardim Botânico Partners), ganhou o Prêmio Finep de Inovação Tecnológica em 2007 e conquistou clientes como a Taiff, fabricante de secadoras e louças, tapetes São Carlos, Dabi Atlante, entre outros.

No final de 2019, a Nanox era uma das 15 startups escolhido entre 1.000 empresas em todo o mundo para participar do programa de aceleração de negócios Plug and Play, uma plataforma global de inovação sediada no Vale do Silício, Estados Unidos.

Empresas como Dropbox, PayPal, Danger, Lending Club, entre outras, participaram de programas de aceleração Plug and Play. “O apoio da Pipe-Fapesp foi essencial em nossa história”, diz Simões.

Para mais informações sobre o produto, visite: www.otomask.com.br.

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