Vítor Pereira voou para São Paulo na tarde de sexta-feira depois de se tornar o mais recente técnico português a assumir um cargo de destaque na América do Sul com o brasileiro Corinthians.
Pereira junta-se a Abel Ferreira (Palmeiras) e Paulo Sousa (Flamengo) para formar um trio de treinadores portugueses que orientam alguns dos maiores clubes do Brasil. Falando a repórteres ao deixar Portugal, Pereira falou sobre as razões de ter escolhido o Corinthians como seu último passo em uma variada carreira de treinador no exterior.
A mudança representa uma grande mudança para o ex-técnico do Porto Pereira, que estava perto de aceitar uma oferta do clube inglês Everton no início deste ano. O trabalho em Merseyside fracassou, mas nas últimas semanas surgiu a oportunidade de treinar o segundo clube mais torcedor do Brasil, e o presidente Duílio Monteiro Alves confirmou a nomeação na quarta-feira.
“O Corinthians e eu temos um pouco do mesmo DNA: DNA maluco. Estou um pouco louco”, disse Pereira a repórteres. “Sempre escolho projetos que me desafiem e nos quais sinto que há paixão.
“O que também me convenceu foi o campeonato, que é competitivo, e a qualidade dos jogadores, além do fato de o clube ter torcedores incríveis. E o presidente que insistiu, insistiu, insistiu e insistiu até me convencer. Sou muito emotiva e intuitiva. Às vezes me dou bem, outras mal.
“Pressão é o que eu gosto. Se eu não tivesse pressão eu não iria. Escolho projetos com pressão porque só assim posso dar o meu melhor. Não sou de promessas e de muita conversa. Estou sobre o trabalho. Vou dar o meu melhor e ajudar a construir a melhor equipa possível, com um futebol atrativo, organizado e taticamente forte”.
Haverá muita pressão sobre Pereira, principalmente porque o Corinthians tem uma torcida estimada em quase 30 milhões. Com Jorge Jesus e Abel Ferreira já tendo alcançado sucesso substancial, incluindo a conquista da Copa Libertadores, também há expectativas depositadas nos novos treinadores portugueses, com Pereira elogiando seus compatriotas.
“Já falei com o Abel e o Paulo Sousa”, disse. “Mas não seria a opinião dele que me faria aceitar este projeto. O que me faz ir é a paixão que sinto neste clube.
“O Abel é um treinador espetacular e não tenho dúvidas do Paulo. Mas eu sou quem eu sou, não vou me comparar com ninguém. Eu tinha uma rivalidade em todos os clubes que escolhi, é disso que eu gosto. Vou ter muita gente me pressionando e isso é bom para mim.
“A negociação não foi rápida porque eu tinha a intenção de ir para a Inglaterra. Fiquei uma semana na Inglaterra porque tive a oportunidade de assinar pelo Everton. Não aconteceu, mas na época eu não estava mentalmente preparado para ir ao Brasil. Mas eles insistiram tanto, queriam tanto, que me convenci de que aquele era o projeto certo. Porque eu sou uma pessoa muito intuitiva.
“Já estive no Brasil mais de uma vez, mas não senti que era o momento certo [to coach there] mas agora me deixo levar pela intuição.”
Pereira pode não ser o último português a se inscrever no Campeonato Brasileiro de 2022. Luís Castro, Renato Paiva e Carlos Carvalhal também foram vinculados a vagas de Botafogo e Santos.
Por Sean Gillen