Mulher de 66 anos pode ser a primeira pessoa a curar o HIV sem tratamento

Uma minoria de pessoas infectadas com HIV, ele Aids, provou ser capaz de controlá-la sem seguir tratamento com antirretrovirais. Uma mulher de 66 anos da Califórnia, nos Estados Unidos, pode ser a primeira a se livrar do vírus, mesmo sem tomar medicamentos ou sem transplante de medula óssea.

Loreen Willenberg se junta ao americano Timothy Brown, também da Califórnia, e ao venezuelano Adam Castillejo (de Londres, Reino Unido), como as únicas pessoas no mundo declaradas curadas do HIV. No entanto, os dois homens foram submetidos a transplantes de medula óssea devido ao câncer, como lembra o The New York Times.

A descoberta de Loreen foi feita por pesquisadores dos Estados Unidos e publicada no dia 26. pela revista científica Nature.

“É uma descoberta importante”, disse a pesquisadora Sharon Lewin, diretora do Instituto Peter Doherty para Infecções e Imunidade em Melbourne, Austrália, ao NYT. “O principal desafio, claro, é como intervir para tornar isso relevante para os 37 milhões de pessoas que vivem com HIV. [atualmente]”

A maioria das pessoas soropositivas precisa consumir um coquetel de medicamentos anti-retrovirais todos os dias para controlar o vírus. O tratamento deve ser continuado continuamente devido à natureza do HIV e como ele se replica.

Isso porque o vírus, ao entrar no corpo, insere cópias de seu material genético no DNA das células, efetivamente penetrando. Esses reservatórios de HIV permanecem embutidos mesmo com a ingestão de antirretrovirais e, se o paciente interromper o tratamento, cópias completas do vírus podem proliferar, devolvendo a doença.

Mas em uma pequena parte das pessoas soropositivas, menos de 0,5%, quem pode controlar o vírus sem anti-retroviraisEsses reservatórios de HIV não parecem se comportar da mesma maneira.

Para explicar esse fenômeno, os cientistas sequenciaram bilhões de células retiradas de 64 desses “controladores de elite”, pacientes que vivem com o vírus sem tratamento e 41 pessoas HIV-positivas usando anti-retrovirais. Eles encontraram menos cópias do genoma do HIV em “controladores de elite”, mas uma proporção maior das cópias era da forma geneticamente intacta, sujeita a proliferação.

Porém, o que parece importante não é a presença de genomas virais intactos, mas sua localização, conforme explica Xu G. Yu, professor associado de medicina da Universidade de Harvard (EUA), que conduziu o estudo.

“Descobrimos que, em controladores de elite, o HIV é freqüentemente encontrado em áreas do genoma humano que os cientistas chamam de ‘desertos genéticos'”, disse ele à AFP. “Nessas partes inativas do genoma, o DNA humano nunca é ativado e o HIV permanece em um estado ‘bloqueado’.”

Nesse sentido, os resultados do estudo, ainda segundo o professor, podem oferecer um esboço de como é a cura funcional do HIV.

“Não precisamos nos livrar de todas as sequências intactas do HIV, apenas precisamos direcionar os vírus encontrados nas partes ativas do genoma humano. As sequências restantes não parecem causar doenças e parecem ser amplamente ignoradas”, acrescentou.

* Com AFP

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