Milhares de bielorrussos protestaram novamente, neste domingo (6), contra a reeleição do presidente Alexander Lukashensko, que ocupa o cargo desde 1994. As autoridades policiais isolaram o centro da capital Bielo-Rússia, Minsk, buscando proteger locais estratégicos.
Os oponentes afirmam que a eleição presidencial em 9 de agosto foi fraudulenta. Desde a divulgação dos resultados, os protestos se organizaram contra o presidente, conhecidos como “o último ditador da Europa”, foi reprimido com violência pela polícia.
Os policiais são acusados de reprimir uma manifestação contra o governo bielorrusso. – Foto: Associated Press
De acordo com a organização de direitos humanos Viasna, pelo menos 37 pessoas foram presas neste domingo. Entre eles estão líderes de movimentos grevistas nas fábricas, além de Serguei Dilevsky e Olga Kovalkova, membros do “Conselho de Coordenação”. O objetivo do órgão é promover uma transição pacífica de poder.
Segundo o presidente Lukashenko, os protestos são uma “conspiração ocidental”. Ele se mantém firme e aparece regularmente na mídia local com um rifle na mão., para denunciar os “ratos” que protestam contra ele.
Manifestantes se reúnem em Minsk, capital da Bielo-Rússia. – Foto: Associated Press
A polícia da Bielo-Rússia prende dezenas de pessoas em uma manifestação
Manifestações de estudantes e mulheres
A última semana foi marcada pela severa resposta das autoridades às manifestações estudantis, com detenções de estudantes e jornalistas.
Desde o início do ano letivo em 1º de setembro, os alunos entraram em greve e protestos organizados sob as cores vermelho e branco, características da oposição, para denunciar o poder de Lukashenko.
Sem sábado (5), mais de 5.000 mulheres se reuniram em um novo ato contra o presidente. O grupo pediu o fim da violência policial e a renúncia do presidente.
5 de setembro – dois ativistas LGBT se beijam durante um protesto contra os resultados oficiais das eleições presidenciais em Minsk, Bielo-Rússia – Foto: AP Photo
“Lembre-se de que somos fortes enquanto estivermos unidos”, disse a líder da oposição Svetlana Tikanovskaya em uma mensagem de vídeo. Ela é considerada a vencedora das eleições.
Depois de suas postagens, os bielorrussos começaram a se reunir todos os domingos em Minsk para se opor a Lukashenko. Esses eventos históricos reuniram mais de 100.000 pessoas, um recorde na história do país.
5 de setembro – Mulheres marcham durante um protesto contra os resultados oficiais das eleições presidenciais em Minsk, Bielo-Rússia – Foto: AP Photo
Na sexta-feira (4), Tikanovskaya pediu à comunidade internacional sanções contra o regime de Lukashenko e o envio de uma missão da ONU para “documentar” violações de direitos humanos e repressão a manifestações. Existem relatos de numerosos casos de tortura.
Para se defender, o presidente da Bielo-Rússia se dirigiu ao governo de Moscou. O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, indicou que apoiará o regime visitando Minsk durante a semana.
Vladimir Putin, presidente da Rússia, prometeu enviar forças à Bielo-Rússia se os protestos aumentarem. Seu encontro com Lukashenko está marcado para as próximas duas semanas.