SÃO PAULO (AP) – Brasil e Argentina já garantiram suas vagas diretas na Copa do Mundo do ano que vem, mas têm uma visão diferente do Catar.
O Brasil testou, e continuará testando, vários jogadores para quase todas as posições, incluindo a de Neymar, enquanto domina as eliminatórias sul-americanas.
O técnico Tite está tentando encontrar variações que tornem seu time menos previsível contra grandes rivais, como muitos críticos dizem que aconteceu na eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo de 2018 contra a Bélgica.
O técnico argentino Lionel Scaloni está dando confiança a um grupo de titulares frequentes que ajudou Lionel Messi a vencer a Copa América em julho. Os argentinos esperam que jogadores como Rodrigo de Paul, Leandro Paredes e Giovani Lo Celso dêem o apoio de que Messi, de 34 anos, precisa para conquistar o título do Mundial.
Ambas as abordagens funcionaram. A Argentina empatou em casa com o Brasil a 0-0 na terça-feira e garantiu o seu lugar no Qatar quando o Chile perdeu por 2-0 para o Equador, terceiro classificado. O Brasil já havia conseguido a primeira das quatro inscrições diretas da América do Sul para a Copa do Mundo.
Tite vem experimentando diferentes combinações desde que perdeu a final da Copa América para a Argentina, no Estádio do Maracanã. Embora tenha sido muito festejado pelos argentinos, como deveria ser, teve pouco impacto na Seleção como um todo. Mas pesava muito nas pessoas.
Foi o caso do lateral-esquerdo Renan Lodi, do volante Douglas Luiz e do atacante do Everton, cujas ausências deram lugar a outros jogadores. Desde as eliminatórias em setembro, o Brasil encontrou novos jogadores potenciais e também jogadores confiáveis para aumentar a profundidade de seu time.
O ala Raphinha e o zagueiro Eder Militão parecem fechar o ano como jogadores-chave, substituindo Richarlison e Thiago Silva. O meio-campista Fabinho provou ser um adversário com a saída de Casemiro. O atacante Vinicius Jr mostrou talento ao estilo de Neymar no empate em 0 a 0 com a Argentina, quando substituiu o astro lesionado.
Tite também encontrou novas opções, como Antony e Matheus Cunha, que têm mostrado fôlego para estar no grupo caso seja necessário.
Richarlison, artilheiro do Brasil na corrida pela medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio, e Roberto Firmino, até pouco tempo um dos titulares da equipe titular, esperam agora outra chance. Gabriel Jesus, que foi colocado no banco, parece ser o próximo.
Em setembro, Tite disse que a campanha de qualificação para a Copa do Mundo “nos permite dar mais vagas.”
“Em 2018, não podíamos fazer porque precisávamos nos fortalecer e nos qualificar. Agora nossa campanha nos permite oferecer mais oportunidades a mais atletas ”.
Ele não recuou desde então, nem mesmo contra a rival Argentina.
Seu rival Lionel Scaloni, que vai treinar pela primeira vez em uma Copa do Mundo, mais uma vez fez os argentinos acreditarem que podem conquistar o terceiro título mundial. E não é só por causa de Lionel Messi. Scaloni trouxe uma nova força com De Paul, Paredes e Lo Celso para permitir que o craque da equipe faça o que faz de melhor; marcar gols e criar oportunidades.
Com Scaloni, a Argentina não perde uma partida desde a semifinal da Copa América 2019 contra o Brasil. Desde então, a Argentina encerrou sua seca de 28 anos pelo título contra seu rival sul-americano no Maracanã e avançou confortavelmente na classificação para a Copa do Mundo.
O título da Copa América também proporcionou a Scaloni jogadores importantes, que raramente são substituídos, ao contrário da instabilidade que a equipe experimentou nos últimos anos.
De Paul, um jogador box-to-box, deu à Argentina um segundo violino em que os fãs podem confiar. Seu parceiro de meio-campo, Lo Celso, criou cinco grandes chances por jogo nos playoffs, uma a mais que Messi e De Paul. E o atacante Lautaro Martínez compartilhou com Messi o papel de marcar gols e criar oportunidades; até agora ele marcou cinco e deu três assistências.
Scaloni também encontrou novos jogadores para sua defesa. O goleiro Emiliano “dra” Martínez era pouco conhecido em casa quando jogou pela Argentina pela primeira vez neste ano. Agora, muito graças aos seus modos provocativos e habilidades de defesa de pênaltis, ele é um herói nacional.
O zagueiro Cristian Romero também era relativamente desconhecido entre os torcedores argentinos antes de ter sua grande chance neste ano.
Todos eles certamente estarão com a Argentina no Catar, se estiverem em forma.
“Temos que jogar sempre da mesma forma”, disse Scaloni no mês passado, quando questionado sobre sua fórmula para o sucesso. “Para mim não vale a pena se um jogador meu jogar de uma certa forma contra a Venezuela e de outra contra o Brasil.”
O Brasil lidera as eliminatórias sul-americanas com 35 pontos, seis a mais que a Argentina. Faltam quatro rodadas para as eliminatórias sul-americanas.
A diferença real entre os grandes rivais só poderia ser medida daqui a um ano.
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