MBL diz que o Facebook reativou contas excluídas em 2018, mas empresa nega 10/10/2020

Deputado Federal Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos líderes da MBL (Movimento Brasil Livre), disse em entrevista à Inclinação que depois que o Facebook derruba uma rede de contas vinculada ao grupoEm julho de 2018, a mudança foi ao tribunal e recuperou os perfis e as páginas. Mas o Facebook nega que isso tenha acontecido.

A declaração de Kataguiri veio quando o relatório solicitou ao MP que comentasse a decisão do Facebook de remover as páginas vinculadas ao PSL e ao núcleo bolsonarista, que ocorreu nesta quarta-feira (8). “Não pude ver todas as páginas, mas pelo que vi, são contas falsas, o que contraria a política da plataforma. Foi uma atitude correta, sim”, diz ele.

Quando perguntado se o processo seria semelhante ao que aconteceu com a MBL há dois anos, Kataguiri disse que o grupo conseguiu recuperar o conteúdo em tribunal. “Assim que entramos com uma ação, o Facebook nos disse que tinha sido uma incompreendido e devolvemos as contas, e retiramos a ação “, disse Kataguiri.

Para ele, é necessário que as empresas de tecnologia mantenham recursos dentro da plataforma para impedir que casos relacionados às políticas de mídia social cheguem ao Judiciário.

“O que estou defendendo é que existe um mecanismo de apelação, mas você não precisa notificar a página primeiro: com base no conteúdo, argumento que ela pode ser removida do ar em breve. Então, sim, deve haver um direito de apelação, com um período de defesa, etc. “, diz ele.

No entanto, procurado por Inclinação, O Facebook negou ter reativado qualquer uma das contas e páginas removidas em julho de 2018. Segundo a empresa, a remoção foi “o resultado de violar sua política contra um comportamento coordenado não autêntico” e as páginas e perfis não estão ativos novamente.

O relatório investigou alguns dos perfis e páginas removidos do ar por seus endereços no momento da ação da rede e mostrou que todos permanecem offline. No entanto, algumas páginas com um nome semelhante foram criadas desde então. Das quatro páginas que foram removidas e continham “MBL” no título, hoje existem pelo menos três em novos endereços: MBL Caraguatatuba, MBL Taubaté e MBL São José dos Campos.

A lista completa de páginas do Facebook vinculadas ao movimento que foram removidas em 2018 pode ser acessada em Site do Ministério Público de Goiás.

Lembre-se dos casos

Em julho de 2018, o Facebook removeu 196 páginas e 87 perfis da MBL, o que a empresa diz ter violado as políticas de autenticidade e que foram considerados propagadores de notícias falsas.

Na época, a empresa chamou a contagem de páginas de uma “rede coordenada que clandestinamente com o uso de contas falsas do Facebook e ocultou a natureza e a origem de seu conteúdo das pessoas para gerar divisão e espalhar desinformação”. Fontes que falaram sob condição de anonimato disseram que a rede era administrada pelos principais membros da MBL. ELE movimento protestado e chamou a medida “censura”.

Dois anos depois, na quarta-feira (8), o Facebook desmontou uma rede de 73 contas, 14 páginas e um grupo na rede social e Instagram de funcionários do gabinete do Presidente. Jair Bolsonaro (sem partido), o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), além de se envolver com o PSL, partido para o qual o presidente foi eleito.

As exclusões ocorreram porque essas páginas usavam ações proibidas pela plataforma, como usar contas falsas, enviar spam ou adotar ferramentas artificiais para expandir a presença online. Também na quarta-feira, a empresa eliminou outras redes coordenadas nos Estados Unidos, Ucrânia e outros países da América Latina.

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