Mais de 1.000 arquivos são confiscados na sede da Backer e notas sobre a produção de cerveja apontam para um ‘vazamento de glicol’ | Minas Gerais

Mais de mil arquivos com notas de produção de Backer foram detidos nesta manhã de terça-feira (4), na sede da cervejaria em Belo Horizonte, por equipes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Polícia Civil.

Segundo a promotora Vanessa Fusco, da esfera criminal, esses arquivos foram utilizados para controle interno da produção e trouxeram notas de “vazamento de glicol”. O material estava na posse do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em formato digital.

“A empresa não entregou fisicamente esses formulários no mapa, eles foram digitalizados e, quando foram digitalizados, algumas anotações foram removidas. Até então, não sabemos se a exclusão foi voluntária ou involuntária. Isso ficou nebuloso e o Ministério Público precisava de acesso físico a esses arquivos de produção “, afirmou o promotor.

MPMG e Polícia Civil na sede da Backer, em BH, nesta terça-feira (4) – Foto: MPMG / Divulgação

Os documentos serão analisados ​​pela Polícia Civil de Minas Gerais. Após esse exame, o MPMG fará uma declaração sobre o caso.

A investigação policial, concluída em junho, 29 vítimas envenenadas por dietileno glicol depois de consumir as cervejas de Backer. Desses, 10 morreram. Especialistas da empresa encontraram um vazamento em um tanque e várias outras fontes de contaminação.

Segundo Vanessa Fusco, as datas dos arquivos apreendidos coincidem com o momento em que as vítimas foram intoxicadas.

Promotora Vanessa Fusco em coletiva de imprensa virtual nesta terça-feira (4) – Foto: Reprodução

“Os registros mostram uma desorganização no processo de fabricação”, disse ele.

Os documentos são assinados por um funcionário não identificado que, segundo o promotor, é técnico de “fábrica”.

“Para fins criminais, a conduta deve se adaptar exatamente às disposições do código penal. Há evidências dessa apreensão agora que isso já era conhecido pela empresa. Que houve um vazamento desse glicol que eles colocaram lá, sem dizer que tipo de glicol seria. Esta é a grande questão: até que ponto esse conhecimento levará à responsabilidade criminal “, acrescentou o promotor.

O mandado de busca e prisão foi emitido pelo juiz do Tribunal de Investigações da Polícia de BH, em resposta a uma solicitação do promotor de justiça do consumidor. A sede da Backer está localizada no bairro de Olhos D’Água, na região oeste de BH.

ELE G1 Ele entrou em contato com Backer, mas não havia recebido comentários até a última atualização deste relatório.

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Após cinco meses de investigações, no início de junho, 11 pessoas ligadas à cervejaria Backer foram indiciadas pela Polícia Civil de Minas Gerais por envenenamento por dietileno glicol em cervejas de marca. As ofensas incluem lesões corporais, contaminação de produtos alimentares e homicídios.

Segundo o chefe de polícia Flávio Grossi, a Polícia Civil conseguiu demonstrar, física e quimicamente, a existência de um vazamento no tanque de cerveja.

Após a conclusão da investigação, cabe ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) decidir se deve ou não apresentar uma queixa junto à Justiça contra o acusado, o que ainda não aconteceu.

Segundo o MPMG, existem dois processos pendentes, ambos sob os cuidados do Promotor de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte.

Belorizontina, de Backer – Foto: Danilo Girundi / TV Globo

POLUIÇÃO COM CERVEJA EM BH

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