O prefeito Rodrigo Maia (DEM-RJ) defendeu abertamente a revogação da medida provisória do presidente Jair Bolsonaro, que liberou os órgãos públicos de fornecer as informações solicitadas durante o confronto com a crise causada pela pandemia de coronavírus. O governo suspendeu os termos para a administração pública responder às solicitações feitas pela Lei de Acesso à Informação, que determina no máximo 30 dias para responder às demandas de qualquer pessoa.
“Até conversei com o secretário Jorge (Oliveira, ministro da Secretaria-Geral da República), entendo sua defesa. Mas hoje, remotamente, todos podem acessar todos os dados ”, afirmou Maia. “Minha posição é que a história era duvidosa e a melhor coisa é que podemos vencê-la”, disse ele.
A decisão provocou forte reação de entidades de transparência e jornalismo, como a Associação Nacional de Jornais (ANJ). Para a organização não governamental Conectas Direitos Humanos, é um “ataque a um dos pilares da democracia”. Parte do Congresso já está discutindo maneiras de revogar a regra.
O Congresso está trabalhando para mudar o procedimento de processamento de medidas provisórias, que hoje têm 120 dias para serem válidas pelo parlamento. Foi enviada uma solicitação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que esse rito de aprovação dos parlamentares possa ser mais rápido. “Nossa proposta, já enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, é propor uma mudança no rito de votação dos parlamentares, para que possamos ter um rito cada vez mais rápido”, afirmou. “Se essa é a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que pode autorizar um rito rápido, para que não haja dúvidas sobre esses assuntos que estão sendo publicados pelo governo todos os dias”, afirmou Maia.
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