O presidente do governo chavista de Venezuela, Nicolás Maduro, determinou neste domingo (30) retomar por uma semana em todo o país o confinamento reforçado para impedir o avanço da Covid-19, em meio a uma escalada de infecções.
“Todos nós vamos nos preparar para sete dias verdadeiramente radicais de quarentena!”, Expressou o líder socialista em comunicado telefônico, transmitido pela televisão oficial.
Médicos falam em Caracas, Venezuela, em foto de 28 de agosto – Foto: Federico Parra / AFP
Venezuela acumula 45.868 casos confirmados e 381 mortes pele coronavírus recente, segundo dados oficiais, em meio a uma aceleração das infecções no país de 30 milhões de habitantes.
O balanço oficial, no entanto, é questionado pela oposição e por organizações como a Human Rights Watch, que consideram a situação muito pior.
Pessoas caminham com máscaras em Caracas, Venezuela, no dia 25 de agosto – Foto: Federico Parra / AFP
O confinamento é “necessário”, continuou Maduro, para “continuar lutando muito” contra o vírus e cortar as redes de contágio.
A decisão de retomar o isolamento por uma semana faz parte de um regime de confinamento denominado “7 + 7”, em vigor desde junho, que alterna sete dias de “quarentena radical”, em que todos os estabelecimentos comerciais são obrigados a encerrar, Exceto para os setores prioritários, como alimentação e saúde, sete dias de “flexibilidade”, nos quais é permitido reativar o restante das atividades.
A capital, Caracas, e a maior parte do país estão saindo de uma semana de flexibilidade, exceto pelos municípios da fronteira com Brasil e Colômbia, que permaneceram em “quarentena radical” para “proteger o país” do retorno de migrantes venezuelanos. . Disse o vice-presidente Delcy Rodríguez no último domingo.
O governo socialista afirma que 90.000 migrantes voltaram “legalmente” para a Venezuela, enquanto outros 40.000 entraram ilegalmente (trilhas) após perderem seus empregos durante a pandemia.
Um homem passa por um mural com o rosto de Nicolás Maduro em Caracas, Venezuela, em uma foto de 22 de julho – Foto: AP Photo / Ariana Cubillos
Em 9 de agosto, Maduro estendeu seu “estado de alerta” pela quinta vez por 30 dias, o que lhe permitiu estender a quarentena em vigor desde 16 de março.
O vírus encontrou a Venezuela com hiperinflação e seis anos de recessão, situação que já causou o êxodo de cerca de 5 milhões de migrantes desde o final de 2015, segundo a ONU.
A crise socioeconômica dificulta o cumprimento do confinamento em um país onde quatro em cada cinco famílias não ganham o suficiente para comprar a cesta básica, segundo estudo acadêmico.
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