BONS ARES
O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fará visitas oficiais à Argentina, China e Estados Unidos durante seus primeiros três meses no cargo, e seu país também reatar relações com a Venezuela a partir de 1º de janeiro e reconhecer o governo de Nicolás Maduro, O futuro ministro das Relações Exteriores de Lula, Mauro Vieira, disse na quarta-feira.
A primeira viagem de Lula após a posse em 1º de janeiro será à Argentina, no dia 24, para se encontrar com o presidente Alberto Fernández e participar da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
O ex-sindicalista também visitará a China e os Estados Unidos, dois dos maiores parceiros comerciais do Brasil, nos primeiros três meses à frente do país.
Apesar de convites formais da Argentina e dos Estados Unidos, Vieira disse a repórteres que a agenda lotada de Lula o impediu de viajar para o exterior antes de assumir a presidência.
Vieira acrescentou que o governo Lula restabelecerá totalmente os laços com a Venezuela a partir de 1º de janeiro, reconhecendo Nicolás Maduro como presidente e reabrindo a embaixada brasileira em Caracas.
“O presidente ordenou que eu restabelecesse as relações com a Venezuela”, disse Vieira, acrescentando que o Brasil enviará um gerente de negócios para supervisionar as operações no país antes da nomeação de um embaixador.
Durante seu mandato, o atual presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro, cortou relações com a Venezuela e assinou um decreto proibindo Maduro e altos funcionários de seu governo de entrar no Brasil.
Também se juntou a mais de 50 países no reconhecimento de Juan Guaidó, membro da oposição da Venezuela, como presidente interino do país após a reeleição de Maduro em 2018.
Vieira também se referiu à política externa brasileira, lembrando que Lula quer “reconstruir pontes” com “parceiros tradicionais”, como EUA, China e União Europeia, e retomar a cooperação com a África.
Vieira destacou ainda que Lula está pressionando para voltar aos fóruns que o Brasil havia abandonado, como a CELAC e a União das Nações Sul-Americanas (UNASUL).
“Vamos voltar a essas organizações, mas com uma nova perspectiva, porque o mundo mudou. Teremos uma nova perspectiva construtiva, sempre baseada na solidariedade com os países latino-americanos e visando a cooperação entre os países em desenvolvimento”, disse Vieira.
Vieira também se mostrou tímido sobre se o Brasil seguirá com o processo de adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e disse que “vamos avaliar”.