(Bloomberg) — Luiz Inácio Lula da Silva está lançando uma ofensiva para influenciar apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nos estados do sul do Brasil, reduto do governante de direita.
O candidato presidencial realizou um comício nesta sexta-feira em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, antes de seguir para Curitiba, capital do Paraná, onde esteve atrás das grades entre 2018 e 2019 em uma sentença por corrupção que foi posteriormente anulada. a mais alta corte do país. No domingo, o líder esquerdista visitará Florianópolis, capital de Santa Catarina.
“Algumas pessoas pensam que eu odeio Curitiba porque estive preso aqui. Tenho gratidão por esta cidade e carinho pelos homens e mulheres que não pouparam esforços para continuar pedindo minha liberdade nos 580 dias que estive aqui”, disse Lula em comício de campanha na manhã de sábado na capital.
Lula manteve uma liderança confortável nas pesquisas nacionais antes da eleição de 2 de outubro, mas tem seguido consistentemente Bolsonaro no sul, uma região relativamente mais rica com uma economia baseada na agricultura e valores conservadores semelhantes aos defendidos pelo Brasil. capitão do exército.
Bolsonaro tem 42% das intenções de voto na região, ante 34% de Lula, segundo levantamento do Datafolha publicado nesta quinta-feira. Isso contrasta fortemente com os números das pesquisas nacionais, que mostram Lula na liderança com 45% dos votos e o titular com 33%. A região Sul representa 14,4% do eleitorado brasileiro.
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O presidente solidificou seu apoio nos estados rurais do Brasil abrindo mercados estrangeiros para exportações agrícolas, afrouxando as regras de posse de armas que tornavam mais fácil para os grandes agricultores defenderem suas terras e desmantelando o temido Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, um grupo de inspiração marxista que havia patrocinado milhares de invasões de fazendas improdutivas em todo o país.
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Pedindo “profundo respeito” aos agricultores brasileiros, Lula prometeu acabar com as invasões de terras e a mineração ilegal na Amazônia se vencer as eleições de outubro. Afirmou ainda que o papel das Forças Armadas é zelar pela soberania nacional, não fiscalizar as eleições do país.
A viagem de Lula não vem sem preocupações de segurança. Em 2018, antes de ser preso e inabilitado para as eleições do ano seguinte, o ex-presidente cancelou uma visita à região quando seu ônibus foi baleado enquanto viajava pelo Paraná. Ninguém ficou ferido.
(Atualizações com a fala de Lula em Curitiba no 3º parágrafo)
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