O Tribunal de Contas da União (TCU) concedeu o selo final de aprovação ao anúncio de leilão do país, há muito adiado, para o espectro de quinta geração.
Espera-se que seja o maior leilão de telecomunicações do país na história, e o leilão 5G do Brasil deve arrecadar 45 bilhões de reais (US $ 8,6 bilhões). As empresas vão licitar o direito de explorar o espectro nas bandas de 700 MHz, 2,3 GHz e 3,5 GHz, juntamente com as frequências de onda milimétrica de 26 GHz (mmWave) por um período de 20 anos.
Anunciada na noite de quarta-feira (25), a decisão de realizar em breve o leilão de espectro foi quase unânime: sete ministros do TCU apoiaram a medida do relator Raimundo Carreiro, enquanto o ministro Aroldo Cedraz votou contra a decisão.
O Cedraz havia solicitado o adiamento de 60 dias para aprofundar a análise dos pontos levantados pela equipe técnica do Tribunal, que incluíam a implantação de uma rede privada e independente de comunicações para o governo e a implantação de fibra ótica nos rios da região amazônica, ambos considerados ilegais, além de erros na metodologia de precificação das bandas de frequência.
No entanto, o prazo para apreciação das preocupações levantadas foi encurtado para uma semana, a pedido do ministério das comunicações, ávido pela realização do leilão em outubro.
Ao justificar sua decisão, Cedraz disse que permitir que o leilão aconteça nos termos propostos seria um retrocesso. “Nesse caso, estaríamos condenando o Brasil e seus cidadãos a viver mais 20 anos com serviços de telecomunicações caros e de baixa qualidade”, disse o ministro em seu voto, anunciado na semana passada.
Além disso, Cedraz destacou que o modelo aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações Anatel levou a equipe técnica do Tribunal a concluir que a exploração econômica do 5G seria “inviável” em mais de 5.500 municípios brasileiros, entre capitais como Brasília, Salvador e Curitiba . “Esta proposta de licitação está repleta de erros, sem falar de fraudes”, acrescentou.
Comemorando a decisão, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que o TCU “entendeu a importância do 5G para a competitividade do país. Faria fez lobby junto aos ministros do TCU para que o edital fosse esclarecido e trouxe representantes do Tribunal para visitas internacionais a países líderes em o desenvolvimento do 5G na Ásia “. e Europa em fevereiro e Estados Unidos em junho, com o objetivo de acelerar a decisão.
O Ministério das Comunicações observou que apesar dos atrasos no leilão de 5G, quando a Anatel aprovou o edital em fevereiro, a expectativa era que o leilão ocorresse em junho, os prazos em termos de disponibilidade de 5G no Brasil permanecerão. O ministério reiterou que todas as capitais brasileiras serão atendidas até 2022 e todas as cidades com mais de 30 mil habitantes terão cobertura 5G até 2028.
A agência de telecomunicações Anatel também saudou a aprovação do TCU e lembrou que estão sendo discutidos os ajustes finais solicitados pelo relator do tribunal, acrescentando que o edital deve ser publicado nos próximos dias.